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Publicado em 13/10/2024 as 10:00pm

À medida que as eleições nos EUA se aproximam, o México intensifica a fiscalização na fronteira e impede a passagem de migrantes

Fonte: Da redação


O número de migrantes que chegam à fronteira dos EUA é o mais baixo em anos. O trunfo secreto do governo dos EUA para reduzir as travessias ilegais? O México.

Segundo analistas, o México tem mantido o controle, graças a um acordo negociado com cuidado – mas não formalizado – entre os países vizinhos, que foi implementado no final do ano passado pela administração Biden-Harris. O acordo se sustenta porque é do interesse econômico do México manter a fronteira organizada e garantir o fluxo de exportações para o norte. Além disso, as implicações políticas para o México são grandes, considerando as próximas eleições presidenciais nos EUA.

As travessias ilegais têm sido um dos principais temas da campanha de Donald Trump. Por outro lado, a imigração é vista como um dos pontos mais frágeis de Kamala Harris. Se o México afrouxasse a fiscalização e removesse os pontos de controle, isso poderia prejudicar Harris e favorecer Trump, que tem explorado o medo e a frustração dos americanos em relação à crise na fronteira.

A nova presidente do México, Claudia Sheinbaum, está consciente do papel de seu país em conter o fluxo de migrantes e da influência que o México pode exercer nas eleições presidenciais dos EUA, disse Arturo Sarukhán, ex-embaixador do México nos Estados Unidos.

"Não estou dizendo que eles decidiram explicitamente interferir ou influenciar o voto dos americanos, mas acredito que estão muito conscientes da importância do papel do México nesse contexto", afirmou. Sheinbaum "vai tentar garantir que o fluxo de migrantes para a fronteira não afete essa questão enquanto os americanos se preparam para votar em menos de um mês."

De acordo com o Departamento de Segurança Interna dos EUA, o número de migrantes na fronteira caiu de cerca de 250 mil em dezembro do ano passado, quando começaram as negociações urgentes, para menos de 60 mil no mês passado, o menor número mensal desde a administração Trump.

Enquanto isso, dados federais mostram que a agência de imigração do México registrou um aumento de 160% nos encontros com migrantes nos primeiros sete meses deste ano.

Refugiados impedidos de chegar à fronteira

Os sinais dessa mudança de política podem ser observados a 1.600 km ao sul da fronteira dos EUA, no centro histórico da Cidade do México.

Mari Eduvid Sarmiento e Samuel Malave Sarmiento passaram semanas tentando sair do sul do México rumo à fronteira dos EUA com seu filho de 12 anos, sempre se escondendo dos agentes de imigração mexicanos e das autoridades federais. No entanto, só conseguiram chegar à capital.

A jornada da família venezuelana lembrou as histórias que migrantes costumavam contar sobre como entrar ilegalmente nos EUA. "Nossos passaportes não valiam nada", disse Eduvid Sarmiento. "Tentamos repetidas vezes."

Eles pegaram táxis para percorrer pequenas distâncias e, em certo momento, caminharam por 13 horas pelo estado de Chiapas para evitar as rodovias e "la migra", que antes se referia à Patrulha de Fronteira dos EUA. A família vendia café nas margens das estradas até chegar a Veracruz, onde subiram no teto de um trem de carga – uma decisão que ainda assusta Eduvid Sarmiento.

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