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Publicado em 1/11/2024 as 7:30pm

Fim de contrato força imigrantes a deixarem hotéis em Albany (NY) até o final do ano

Fonte: Da redação


Mais de 1.000 imigrantes alojados em hotéis do norte do estado de Nova York, com financiamento público, foram informados de que precisarão desocupar os locais até o final do ano. A medida é consequência do fim do contrato com o provedor de moradia DocGo, empresa responsável por abrigar os imigrantes até 31 de dezembro, conforme reportado pela mídia local.

Originalmente realocados de Nova York para Albany, os imigrantes foram movidos para aliviar a pressão sobre a infraestrutura da cidade, que enfrenta uma crise migratória sem precedentes sob a administração Biden-Harris. A cidade de Nova York enviou uma carta aos imigrantes hospedados em hotéis, como o Holiday Inn Express na Broadway, notificando-os sobre a necessidade de deixar os abrigos temporários. O documento também oferece transporte gratuito e suporte na busca por novas opções de moradia.

“Se você não tiver um plano de saída até dezembro, a única alternativa de abrigo que Nova York poderá oferecer será uma acomodação temporária na cidade. É importante observar que as estadias em abrigos de Nova York têm limite de 30 ou 60 dias e você pode não se qualificar para prorrogação de tempo em abrigo”, alerta a carta.

As opções para os imigrantes incluem programas de moradia locais ou estaduais, transporte para se reunir com parentes em Nova York ou retorno ao centro de recepção de solicitantes de asilo na cidade. Tommy Meara, porta-voz da DocGo, afirmou que o governo municipal pretende realocar os 1.800 imigrantes restantes em hotéis do norte do estado para moradias permanentes até o final do ano, utilizando programas voluntários com financiamento estadual.

Desde julho, o Escritório Estadual de Assistência Temporária e Invalidez realocou 415 famílias em acomodações permanentes fora de Nova York, sendo 114 delas em Albany, segundo o jornal Times Union.

Gangue Violenta Aumenta a Tensão na Região

A crise de imigração em Nova York ocorre em meio a uma crescente preocupação com a presença da gangue Tren de Aragua, grupo criminoso originário da Venezuela, que agora teria se espalhado pela capital do estado, Albany. “Eu não vi indicações visíveis da presença do Tren de Aragua”, afirmou o xerife de Albany, Craig Apple, à CBS6. “Mas, quem acredita que eles não estão aqui, está enganado – não tenho dúvidas de que estão.”

A gangue é conhecida por suas atividades violentas e já cometeu crimes em diversos estados dos EUA.

Impacto da Crise no Sistema de Abrigos e Finanças da Cidade

A crise migratória tem imposto uma pressão significativa no sistema de abrigos e nos cofres de Nova York. Embora o número de imigrantes na fronteira sul tenha diminuído, a cidade de Nova York continua hospedando milhares de migrantes em hotéis. Segundo o New York Post, o Departamento de Serviços para Desabrigados está negociando contratos para garantir 14 mil quartos para abrigar os recém-chegados.

Estima-se que a cidade gaste mais de US$ 2,3 bilhões em três anos apenas com aluguel de hotéis para abrigar os migrantes, enquanto o custo total da crise pode ultrapassar US$ 5 bilhões. O prefeito Eric Adams já havia alertado que o valor poderia subir para US$ 10 bilhões até o final do próximo ano fiscal.

Em uma tentativa de lidar com a situação, Nova York firmou recentemente dois novos contratos, totalizando US$ 40 milhões, para fornecer serviços aos imigrantes hospedados em hotéis de emergência. Estima-se que, em 2025, os custos totais para moradia, alimentação, assistência médica e educação para imigrantes chegarão a US$ 4,75 bilhões, conforme os dados atuais de monitoramento de fundos municipais.

A crise de imigração em Nova York reflete um dilema nacional: acolher e fornecer segurança para imigrantes indocumentados enquanto equilibra os recursos financeiros da cidade, que já enfrenta limitações significativas.

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