Publicado em 2/12/2024 as 2:00pm
Governadora de N. York diz que cooperará com o governo Trump para deportar imigrantes que cometem crimes
Fonte: Da redação
Durante a campanha eleitoral, Donald Trump (Republicano) prometeu reformular as leis migratórias dos Estados Unidos e promover deportações em massa de todos os imigrantes indocumentados no país. Muitos críticos acreditam que essa ameaça seja apenas retórica política, considerando que deportar cerca de 12 milhões de pessoas — ou mesmo metade desse número — seria praticamente impossível com uma única assinatura. No entanto, o temor de um aumento nas deportações nos meses seguintes à posse do novo presidente é real e dependeria da colaboração de governos locais para se concretizar.
Governadores republicanos já declararam apoio ao novo governo, enquanto governadores democratas afirmaram em diversas ocasiões que não colaborarão com as autoridades federais em operações de busca e detenção de imigrantes ilegais em seus estados.
Santuário para imigrantes, não para criminosos
A governadora do estado de Nova York, Kathy Hochul, democrata, declarou recentemente que seu estado irá cooperar “até certo ponto” com as autoridades federais de imigração. Hochul afirmou que, embora apoie imigrantes legais e solicitantes de asilo, seria “a primeira pessoa” a acionar o U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) para deportar imigrantes indocumentados que cometerem crimes contra cidadãos do estado.
Um vídeo da governadora detalhando sua visão sobre essa colaboração foi publicado nas redes sociais (confira abaixo).
Após sua declaração, organizações pró-imigrantes e ativistas dos direitos humanos criticaram Hochul, acusando-a de “alinhar-se à agenda atroz de Trump” e de colaboracionismo.
“Essa é uma demonstração surpreendente de falta de liderança por parte do governo Hochul. Nova York é lar de imigrantes de quase todos os países do mundo, muitos dos quais estão aterrorizados pelas ameaças da nova administração Trump”, declarou Natalia Aristizábal, codiretora da organização pró-imigrante Se Hace Camino, sediada em Nova York, em um comunicado.
Aristizábal afirmou que os nova-iorquinos merecem uma liderança que priorize a defesa dos imigrantes, “e não alguém que recorra a uma linguagem divisiva em um momento que exige liderança visionária”. Ela destacou que, ao invés de intensificar os esforços para tranquilizar os imigrantes e garantir sua proteção, Hochul estaria “compactuando com a agenda hedionda de Trump, que continua demonizando comunidades já sobrecarregadas pela violência policial desproporcional”.