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Publicado em 7/12/2024 as 10:00am

Caravanas de imigrantes seguem para a Fronteira em meio a tensões e ameaças de Trump

Fonte: Da redação


Uma nova onda de caravanas de imigrantes atravessa o México, apesar do aumento das medidas das autoridades mexicanas e das ameaças do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesta semana, uma quinta caravana, com cerca de 1.500 pessoas, partiu de Tapachula, Chiapas, rumo à fronteira norte. O objetivo dos imigrantes é chegar aos Estados Unidos antes que Trump assuma o cargo em 20 de janeiro, temendo que ele endureça as políticas de imigração, incluindo deportações em massa e o fechamento da fronteira.

México se Prepara para Possíveis Deportações

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, abordou o tema durante uma coletiva de imprensa, destacando que o país está pronto para receber seus cidadãos caso sejam deportados dos Estados Unidos. “Se houver deportações, também estamos preparados para acolher todos os mexicanos que, por algum motivo, forem deportados”, afirmou. Sheinbaum destacou que os consulados mexicanos serão os primeiros a oferecer suporte e que o governo está contratando advogados de imigração para lidar com esses casos.

Ela também enfatizou que as ações do governo mexicano reduziram significativamente o fluxo de imigrantes rumo ao norte, com uma queda de 75% nos registros de chegadas à fronteira dos EUA no último ano. No entanto, a situação no sul do país permanece crítica, com abrigos superlotados e um aumento no número de entradas de imigrantes, especialmente pelo estado de Chiapas.

 

Medo e Desespero Entre os Imigrantes

A caravana atual inclui imigrantes de países como Venezuela, Colômbia, Haiti, Cuba, El Salvador, Honduras e até mesmo do Oriente Médio. A maioria busca escapar de crises econômicas e políticas em seus países de origem, além de temerem ficar sem alternativas caso Trump implemente políticas ainda mais rígidas.

“Pedimos a Donald Trump que nos deixe passar antes de fechar tudo. Ele está destruindo nossos sonhos e o futuro de nossos filhos”, disse Anilka, uma venezuelana que fugiu de seu país devido à instabilidade política.

Os desafios no caminho são muitos. Após uma caminhada de 10 horas até Huehuetán, a caravana se dividiu em dois grupos: um seguiu em direção a Huixtla, enquanto o outro permaneceu na praça local para descansar. Muitos temem ser interceptados pelas autoridades ou serem forçados a retornar ao ponto de partida.

Crescem as Tensões Entre EUA e México

As caravanas se tornaram um ponto de atrito entre os governos dos EUA e do México. Trump ameaçou impor tarifas de 25% sobre produtos mexicanos caso o governo de Sheinbaum não consiga conter o fluxo migratório. Em resposta, a presidente assegurou ao republicano, em uma ligação recente, que as caravanas não estão mais alcançando a fronteira dos Estados Unidos, graças às medidas implementadas.

Entre essas ações estão a dispersão de grandes grupos e a relocação de imigrantes para estados distantes da fronteira, como Guerrero, Michoacán e Yucatán. Além disso, muitos são detidos e enviados de volta para estados do sul, como Tabasco e Chiapas. De janeiro a agosto deste ano, mais de 925 mil imigrantes entraram ilegalmente no México — mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano anterior. Um número significativo desses imigrantes são crianças com menos de 11 anos, agravando a crise humanitária.

Esforços por Migração Ordenada e Longas Esperas

Autoridades de imigração do México e da Guatemala se reuniram nesta semana para reforçar a cooperação e gerenciar os pontos de travessia formais e informais. Nos EUA, o governo implementou o aplicativo CBP One para facilitar solicitações de vistos humanitários. Os imigrantes podem se inscrever a partir da fronteira norte ou de estados como Chiapas e Tabasco. No entanto, com o aumento das solicitações, o tempo de espera agora ultrapassa oito meses, deixando milhares em situação de incerteza.

Organizações da sociedade civil criticam as medidas, classificando-as como excessivamente punitivas. “Os fluxos migratórios foram reduzidos não por uma estratégia, mas porque o México está detendo um grande número de imigrantes”, disse Eunice Rendón, coordenadora da organização Agenda Migrante.

À medida que a situação se agrava, cresce a pressão política e humanitária nos dois lados da fronteira. O destino dessas caravanas permanece incerto, em um cenário de tensões e desafios crescentes.

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