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Publicado em 7/12/2024 as 10:30am

Prefeito de NY alinha discurso com nova administração e defende deportação de imigrantes criminosos

Fonte: Da redação


O prefeito de Nova York, Eric Adams, declarou nesta terça-feira (3) que planeja se reunir com Tom Homan, o novo "czar da fronteira" nomeado pelo presidente eleito Donald Trump, para discutir a deportação de imigrantes indocumentados que tenham cometido crimes. A declaração marca uma mudança significativa na postura de Adams, que anteriormente defendia uma abordagem mais compassiva em relação aos imigrantes que chegaram à cidade.

“Minha posição é clara: pessoas que cometem crimes em nossa cidade abdicaram do direito de estar aqui, e estou aberto a encontrar a melhor forma de lidar com isso,” afirmou Adams durante uma coletiva de imprensa.

A fala foi motivada pelo caso de Bernardo Castro Mata, um venezuelano de 19 anos acusado de atirar em dois policiais da NYPD em junho deste ano. Mata entrou ilegalmente nos Estados Unidos em 2023 e teve uma audiência em Chicago em maio, onde um juiz de imigração encerrou seu caso. “Não quero esse cara na minha cidade, simples assim,” disse Adams, referindo-se ao incidente registrado em vídeo.

Adams também criticou imigrantes indocumentados envolvidos em crimes graves, como roubos e agressões. “Aqueles que estão aqui cometendo crimes, atirando em policiais e violentando inocentes estão prejudicando nosso país,” acrescentou.

Um Risco Político Calculado

Consciente da oposição de setores progressistas à deportação de imigrantes criminosos, Adams desafiou os críticos: “Podem me cancelar, porque vou proteger as pessoas desta cidade.”

A mudança de tom acontece em meio a uma crescente pressão da administração Trump, que promete endurecer as políticas de imigração. Homan, em declarações anteriores, afirmou que priorizará ameaças nacionais e liderará uma operação de deportação sem precedentes. “Se você está aqui ilegalmente, é melhor ficar atento,” advertiu Homan.

Homan também deixou claro que a falta de cooperação por parte de Nova York não impedirá as ações federais. “Se não tivermos assistência de Nova York, podemos dobrar o número de agentes enviados à cidade,” disse ele no programa Fox & Friends no mês passado.

Do Acolhimento à Realidade

Como ex-capitão da NYPD, Adams já havia defendido uma abordagem humanitária para lidar com os mais de 100 mil imigrantes que chegaram à cidade. Desde então, Nova York gastou mais de US$ 6,4 bilhões em serviços como alimentação e abrigo. Contudo, o impacto econômico e os recentes casos de violência relacionados a imigrantes parecem ter levado o prefeito a adotar uma postura mais firme.

Adams destacou que os resultados das eleições presidenciais de 2024 refletiram o desejo dos americanos por mudanças na política de imigração. “O povo americano ouviu e votou por isso,” declarou. Ele também afirmou que sua intenção não é confrontar a nova administração, mas colaborar. “Quero deixar claro que não vou entrar em guerra com esta administração; vou trabalhar com ela.”

A mudança de postura de Adams reflete as complexidades de liderar uma cidade que, ao mesmo tempo, busca honrar sua tradição de acolhimento e enfrentar os desafios impostos por um sistema de imigração cada vez mais polarizado.

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