Publicado em 9/12/2024 as 3:00pm
Tom Homan, indicado por Trump para liderar o ICE, manda um recado direto às cidades santuário
Fonte: Da redação
Tom Homan foi indicado pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para comandar a Agência de Imigração e Alfândega – ICE. Para este segundo mandato, Homan enviou uma mensagem contundente às chamadas cidades santuário, que resistem às políticas restritivas da nova administração.
Lideranças democratas em âmbito municipal mostram pouca disposição em colaborar com o controle migratório que envolve a detenção e deportação de imigrantes, respondendo de forma contrária às diretrizes defendidas pelo governo republicano.
O Conselho Municipal de Boston, Massachusetts, aprovou por unanimidade uma proposta para bloquear os planos de Trump relacionados a deportações em massa. O prefeito de Denver, Mike Johnston, adotou uma postura semelhante.
A governadora de Massachusetts, Maura Healey, e a governadora do Arizona, Katie Hobbs, ambas do Partido Democrata, já declararam em diversas ocasiões que as autoridades locais não irão cooperar na detenção de imigrantes baseada no status migratório. Por outro lado, o prefeito de Nova York, Eric Adams, demonstrou abertura para negociar "algumas disposições" da agenda migratória republicana com Homan, com quem deve se encontrar na próxima quinta-feira, dia 12.
Homan, crítico feroz das políticas de fronteiras abertas da administração Biden, prometeu intensificar a segurança fronteiriça e atuar pessoalmente na questão migratória. Em entrevista neste domingo, 8, ao programa Sunday Morning Futures, Homan detalhou pontos que podem, mesmo que parcialmente, influenciar a postura das cidades santuário.
Direto ao ponto
Sem rodeios, Homan foi enfático.
“Temos San Diego, na Califórnia, redigindo uma legislação. Temos o Colorado e outras cidades afirmando que irão nos impedir de fazer nosso trabalho. Quero enviar uma mensagem clara: se vocês permitirem que entremos em suas prisões locais, poderemos deter o criminoso que já está sob sua custódia, de forma segura. Isso pode ser feito por um único oficial. No entanto, ao liberar uma ameaça à segurança pública na comunidade, vocês colocam essa comunidade em risco. Vocês colocam meus oficiais em risco, e até mesmo esse estrangeiro em risco”, declarou ele à apresentadora Maria Bartiromo.
“Eis o que vai acontecer”, continuou Homan. “Se você soltar um criminoso procurado em sua comunidade, enviarei uma equipe inteira para localizá-lo. E o que acontecerá? Vamos encontrá-lo e, no processo, outros imigrantes sem prioridade, mas que estão ilegalmente no país, também serão detidos. Não diremos a um oficial de imigração para ignorar outros imigrantes ilegais durante uma operação, como faz a administração Biden.”
“Isso é o oposto do que vocês desejam. Portanto, deixem-nos entrar na prisão para deter apenas os criminosos. É mais seguro para todos.”
Trajetória
Em 2013, Tom Homan foi nomeado por Barack Obama como diretor executivo associado de operações de execução e remoção do ICE, contribuindo para um recorde de 432 mil deportações em um único ano. Dois anos depois, foi agraciado com o Presidential Rank Awards por sua liderança na maior operação de deportação da história americana.
Homan liderou o serviço de deportação no governo Trump e assumiu a direção do ICE entre janeiro de 2017 e junho de 2018, quando se aposentou para passar mais tempo com a família. Em 2021, foi condecorado com a Medalha de Segurança Nacional pelo Partido Republicano.
O ex-diretor chamou as políticas imigratórias de Biden de “suicídio político”. Durante a Convenção Nacional Republicana, em julho deste ano, declarou: “Tenho um recado para os milhões de imigrantes ilegais que Joe Biden permitiu entrar no país, violando a lei federal: comecem a fazer as malas, porque vocês estão voltando para casa!”