Publicado em 11/12/2024 as 6:00pm
Senador sugere começar as deportações por 1,6 milhão de imigrantes já sujeitos a ordens de remoção
Fonte: Da redação
Democratas e republicanos no Senado chegaram a um consenso sobre a deportação de imigrantes sem documentos que cometeram crimes graves nos Estados Unidos. Essa decisão foi tomada durante uma reunião com especialistas, os quais estimam que cerca de 13 milhões de pessoas vivem em situação irregular no país. Contudo, o número pode ser ainda maior devido à política de fronteiras abertas implementada pelo governo democrata de Joe Biden e Kamala Harris. Durante o mandato, quase 11 milhões de entradas foram registradas, segundo dados do Bureau of Customs and Border Protection (CBP).
O CBP informou que 10.825.387 imigrantes cruzaram a fronteira no governo Biden-Harris, além de quase 2 milhões de imigrantes que escaparam das autoridades de imigração. "Vou direto ao ponto: espero que todos concordemos que qualquer imigrante sem documentos condenado por um crime não deve permanecer aqui ou, caso saibamos, não deve ser autorizado a entrar", declarou o senador democrata Dick Durbin.
Outros membros de seu partido concordaram, mas demonstraram desconfiança em relação ao presidente eleito Donald Trump. "Apoio a deportação de criminosos, mas estou cético porque vimos como Trump opera no passado", disse Alex Padilla, ressaltando que, em seu primeiro mandato, Trump deportou menos imigrantes do que Barack Obama e Joe Biden. O senador democrata afirmou ainda que, embora Trump diga que priorizará criminosos, "ele terá como alvo todos os imigrantes sem documentos".
O senador John Cornyn sugeriu começar pelas 1,3 a 1,6 milhão de pessoas com ordens de deportação. Em janeiro, o Senado de maioria republicana planeja elaborar um "projeto transformador de segurança na fronteira", que incluirá aumento de agentes, construção do muro, tecnologias de vigilância e mais leitos para deter imigração ilegal, conforme explicou Lindsey Graham.
O senador, por sua vez, destacou que "segurança na fronteira" será prioridade em relação à redução de impostos. "Se você está aqui ilegalmente, prepare-se para sair. Se é um criminoso, iremos atrás de você primeiro", afirmou, defendendo ações contundentes.
A reunião, organizada pelos democratas, contou com a presença de Foday Turay, procurador distrital da Filadélfia e beneficiário do programa DACA, criado por Obama. Apesar de Trump ter prometido uma solução para os "Dreamers", Turay expressou preocupação: "Sou o arrimo da minha família. Se eu for deportado, minha esposa e filho não conseguirão pagar a hipoteca".
Em contraste, Patty Morin, cuja filha foi vítima de um crime cometido por um imigrante, defendeu as deportações como "necessárias". "Entendo a economia, mas a segurança dos americanos deve vir em primeiro lugar", afirmou, criticando as políticas de fronteira aberta.
Gangues criminosas, como o Tren de Aragua, têm explorado as brechas na imigração. Relatórios do DHS apontam que essa gangue venezuelana, originada em prisões, opera em pelo menos 16 cidades americanas, incluindo Miami-Dade. Em novembro de 2023, a brutalidade do grupo ficou evidente com o sequestro e assassinato de José Luis Sánchez Valera, caso que levou à prisão de dois membros suspeitos da gangue.
Donald Trump continua a usar a imigração ilegal como tema central de sua campanha, destacando que cidades santuários protegem criminosos e não cidadãos comuns. Em discursos, associa imigrantes sem documentos ao aumento da criminalidade em cidades como Nova York, Chicago e Colorado.