Gangue Tren de Aragua, armada com facas, ataca fronteiras para entrar nos EUA antes da posse de Trump

Membros da gangue Tren de Aragua, armados com facas, estão invadindo os postos de fronteira em El Paso, Texas, tentando entrar nos Estados Unidos, e afirmaram que irão atacar os guardas que tentarem impedi-los, conforme um memorando das autoridades texanas.

Na semana passada, 20 integrantes da gangue venezuelana, com facas, barras de ferro e garrafas de vidro quebradas, tentaram forçar a entrada nos EUA por um portão da fronteira, segundo o relatório do Departamento de Segurança Pública do Texas.

O memorando também alerta sobre uma possível nova tentativa de invasão no Dia de Ano Novo.

A gangue, conhecida pela brutalidade, está ficando cada vez mais desesperada para enviar mais membros para os Estados Unidos antes da posse do presidente eleito Donald Trump, afirmou Victor Avila, ex-agente do Departamento de Investigações de Segurança Interna (HSI).

"Essa violência na fronteira está acontecendo porque eles sabem que as coisas vão mudar em 27 dias. Vai ser diferente. Eles serão procurados", disse Avila.

As autoridades do Texas foram alertadas sobre as tentativas da gangue por um informante anônimo, que disse que os ataques violentos da gangue à fronteira "continuarão todas as noites", por volta das 3 da manhã.

O informante também mencionou que a gangue pretende "causar danos" aos soldados da Guarda Nacional do Texas, especialmente quando eles estiverem sozinhos, sem apoio de outros agentes.

Uma fonte da polícia do Texas informou que o "tiroteio aumentou significativamente" na fronteira de El Paso nos últimos dias, acrescentando que as autoridades também tiveram que disparar mais bolas de pimenta contra grupos tentando invadir a fronteira.

A violência crescente está concentrada a poucos quilômetros da parede da fronteira, onde ocorreu um motim violento em El Paso, em 21 de março.

Naquele incidente, mais de 200 migrantes ilegais romperam o arame farpado e correram em direção à muralha, agredindo brutalmente os soldados da Guarda Nacional do Texas durante a confusão.

Pelo menos um dos manifestantes foi visto pisando no joelho de um membro das forças armadas enquanto o grupo tentava quebrar a barreira.

El Paso serve como base para o Tren de Aragua, com muitos membros da gangue passando pela cidade antes de seguir para outras partes dos Estados Unidos, incluindo Nova York e Aurora, Colorado.

Avila, o ex-agente do DHS, comentou que a gangue se aliou aos cartéis mexicanos para realizar operações de contrabando.

A violência crescente está associada a uma ideologia antiamericana, que Avila comparou à ideologia de grupos terroristas.

"Acredito que o TdA está sendo orientado por instruções vindas de seu país de origem. E sua ideologia é mais próxima de uma ideologia terrorista de destruição", disse Avila.

"Esses membros odeiam os Estados Unidos assim como os terroristas, e irão matar, destruir, tomar negócios, tomar lojas, invadir complexos de apartamentos e fazer o que for necessário para destruir nosso modo de vida", acrescentou.

Em setembro, o governador do Texas, Greg Abbott, declarou o TdA como uma organização terrorista estrangeira e revelou que mais de 100 dos manifestantes vistos em março eram membros da gangue venezuelana.

O estado também enviou recursos adicionais das forças de segurança para combater a crescente presença da gangue no Texas.

Abbott também estabeleceu uma pena mínima obrigatória de 10 anos para contrabandistas do TdA que transportam migrantes para o Texas.

"Texas está agindo com firmeza contra essas organizações terroristas estrangeiras do TdA", declarou o governador na época.

"O nosso objetivo, enquanto forças de segurança do Texas, é defender nosso estado da crescente ameaça do TdA. Não vamos permitir que eles usem o Texas como base para aterrorizar nossos cidadãos", concluiu, enfurecido.