Publicado em 6/01/2025 as 1:00pm
Caravana de migrantes avança em direção aos EUA; outras estão sendo organizadas
Fonte: Da redação
A primeira caravana de migrantes em direção aos Estados Unidos em 2025 avançou na sexta-feira pelo estado de Chiapas, no sul do México.
Imagens de emissoras mexicanas mostraram centenas de pessoas, incluindo adultos com bolhas nos pés e crianças ao lado, despertando em um parque ao longo da Rodovia do Pacífico no México.
Este grupo é, pelo menos, o décimo de grande porte que parte rumo à fronteira dos EUA desde outubro. Mais caravanas são esperadas antes da posse do presidente eleito Trump, prevista para este mês. Defensores de migrantes expressam preocupação com o impacto de promessas de campanha de Trump, como a deportação em massa de pessoas que vivem ilegalmente nos EUA e o endurecimento das regras para concessão de asilo.
"É necessário um acordo entre os governos do México e dos Estados Unidos para implementar políticas humanitárias que beneficiem essas pessoas", afirmou Luis García Villagrán, diretor do Centro pela Dignidade Humana, durante uma entrevista coletiva na quinta-feira, em Tapachula. A organização, sem fins lucrativos, atua na defesa dos direitos de migrantes e refugiados. "Não somos criminosos. Tudo o que pedimos é uma chance de viver."
Relatórios indicam que outro grande grupo está prestes a chegar, possivelmente rumo a Juarez nos próximos dias, do outro lado da fronteira com El Paso. A situação torna-se cada vez mais crítica.
O reverendo Francisco González, responsável por 11 abrigos em cidades do norte do México, informou ao Border Report que mais de 2.000 migrantes em Durango planejam seguir para a fronteira dos EUA em breve.
"Nos abrigos de Laguna e Gómez Palacio, muitos já manifestaram a intenção de seguir para Piedras Negras, Nuevo Laredo e Ciudad Juárez", afirmou González na sexta-feira. "Nossa rede de abrigos em Juárez está se preparando para receber aqueles que tentarão cruzar antes da posse de Trump."
Nos últimos três dias, o Border Report contatou diversos operadores de abrigos para avaliar a possível chegada de mais migrantes antes da posse do novo presidente.
Embora todos tenham notado um aumento no número de pessoas recém-chegadas, a capacidade de alojamento, alimentação e limpeza ainda não foi sobrecarregada. Contudo, alguns temem que a situação se agrave caso Trump implemente deportações em massa, o que forçaria cidades como Juarez a lidar simultaneamente com a chegada de novos migrantes e a devolução de muitos removidos dos EUA para o México.
Na sexta-feira, a presidente do México, Claudia Sheinbaum Pardo, declarou que "não apoia" a deportação em massa de residentes dos EUA para o território mexicano, mas reconheceu que essa decisão não cabe ao México.