Publicado em 20/01/2025 as 2:00pm
Nova York fecha abrigos para imigrantes enquanto Trump se prepara para assumir a presidência
Entre os afetados está Natalie Zulbaran, de 26 anos, uma migrante venezuelana que vive há dois meses no Stewart Hotel, um antigo hotel turístico transformado em abrigo.
A poucos dias da posse de Donald Trump como presidente, Nova York enfrenta uma nova onda de incerteza entre suas comunidades imigrantes. Trump, que fez da repressão à imigração irregular uma promessa central de campanha, planeja implementar o maior programa de deportação da história dos EUA e direcionar medidas severas contra “cidades santuário” como Nova York.
Entre os afetados está Natalie Zulbaran, de 26 anos, uma migrante venezuelana que vive há dois meses no Stewart Hotel, um antigo hotel turístico transformado em abrigo. Apesar da tensão política, Zulbaran está confiante. “Não estou preocupada porque acredito que Trump se refere aos migrantes que fazem mal, não aos que querem ajudar o país”, afirmou. Ela busca regularizar sua situação antes da posse e considera se mudar dentro dos EUA, já que possui economias para isso.
Desde 2022, Nova York recebeu mais de 200 mil migrantes enviados do sul do país, incluindo ônibus organizados pelo governador do Texas, Greg Abbott, como uma provocação política. A cidade gastou mais de $5 bilhões no maior sistema de abrigos para migrantes do país, adaptando hotéis, escritórios desocupados e até parques para acomodar a nova população.
Entretanto, a chegada de migrantes diminuiu e a ocupação nos abrigos atingiu o menor nível em 18 meses. Diante disso, o prefeito Eric Adams anunciou o fechamento de 13 abrigos de emergência até junho, além de outros 25 que serão desativados até março.
Jennifer, uma equatoriana que entrou ilegalmente nos EUA há 10 meses, vive a incerteza do futuro. Sem documentos, ela não consegue alugar moradia ou regularizar sua permanência. “Estou pronta para sair, mas não quero voltar ao Equador. Meu marido teve que fugir para salvar a vida, e por isso viemos para cá”, explicou.
A decisão de fechar abrigos gera debates. Enquanto muitos criticam os gastos públicos, outros, como Matthew, funcionário do Stewart Hotel, defendem os migrantes. “O governo gasta bilhões em guerras e ajuda internacional, mas ignora essas pessoas, que podem trazer benefícios ao nosso país”, argumentou.
Com a posse de Trump e suas promessas de endurecer as políticas imigratórias, o futuro dos migrantes em Nova York permanece incerto, marcando o início de uma nova fase na crise migratória nos EUA.