Publicado em 30/01/2025 as 10:00am
Líderes de NY estão divididos sobre operações do ICE
Na última terça-feira, agentes do ICE, em parceria com autoridades federais e o Departamento de Polícia de Nova York (NYPD), prenderam Anderson Zambrano-Pacheco, um imigrante venezuelano de 25 anos e membro da violenta gangue Tren de Aragua.
Nova York, a maior cidade santuário dos Estados Unidos, está no centro de novos debates sobre a aplicação das leis de imigração após uma série de operações direcionadas realizadas pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos EUA (ICE). As ações, conduzidas sob o governo Trump, geraram reações mistas entre os líderes políticos, com republicanos elogiando a repressão a criminosos violentos e democratas destacando a importância de respeitar as políticas locais de proteção aos imigrantes.
Na última terça-feira, agentes do ICE, em parceria com autoridades federais e o Departamento de Polícia de Nova York (NYPD), prenderam Anderson Zambrano-Pacheco, um imigrante venezuelano de 25 anos e membro da violenta gangue Tren de Aragua. Zambrano-Pacheco enfrenta diversas acusações, incluindo sequestro, agressão e roubo, relacionados a crimes cometidos em Nova York e Aurora, no Colorado.
O prefeito de Nova York, Eric Adams, democrata, confirmou a participação da cidade na operação, descrevendo-a como parte de um esforço conjunto entre agências que visava um infrator violento. "Não hesitaremos em colaborar com autoridades federais para levar criminosos violentos à justiça — assim como temos feito há anos", afirmou Adams. Ele ressaltou que a colaboração da cidade foi exclusivamente voltada para a aplicação de leis criminais, não ações de imigração civil, em conformidade com as políticas locais destinadas a proteger as comunidades imigrantes.
A governadora Kathy Hochul fez coro às declarações de Adams, observando que as operações tiveram como alvo "criminosos graves" e enfatizando que ações do tipo não são novidade no estado. "Essas são exatamente as pessoas que queremos remover do estado de Nova York", disse Hochul, acrescentando que as operações do ICE já ocorrem há muito tempo.
Nem todos os líderes democratas, no entanto, compartilharam o mesmo tom. A procuradora-geral Letitia James emitiu um alerta às autoridades estaduais e locais, sublinhando a necessidade de respeitar as políticas de cidade santuário de Nova York. "Meu escritório está monitorando a situação para garantir que nossas leis sejam respeitadas e que os direitos das pessoas não sejam violados", declarou James, destacando preocupações com possíveis abusos em ações de imigração federal.
O NYPD esclareceu seu papel nas operações, enfatizando que o departamento não se envolve em ações de imigração civil, mas colabora com agências federais em investigações criminais. Um porta-voz destacou que a participação do departamento em forças-tarefa visa combater violações de leis criminais federais.
Por outro lado, líderes republicanos demonstraram forte apoio às operações do ICE, considerando-as um passo crucial para garantir a segurança pública. A deputada federal Nicole Malliotakis, cujo distrito abrange partes de Staten Island e Brooklyn, elogiou os esforços do governo Trump para remover "criminosos e gangues estrangeiros perigosos e violentos" das ruas de Nova York. "Nenhum funcionário eleito local ou estadual ou agência governamental deve atrapalhar o trabalho das autoridades federais na aplicação das leis de imigração para garantir a segurança de todos os americanos", declarou Malliotakis, criticando políticas que, segundo ela, dificultam a cooperação com a imigração federal.
A deputada Claudia Tenney, que representa a região norte do estado, também comemorou as operações, descrevendo-as como um exemplo de "liderança decisiva" do governo Trump. "Isso é uma grande vitória para o governo Trump. Mostra que não estamos paralisados pela análise excessiva", disse Tenney em entrevista à TV, enfatizando a importância de ações contínuas contra infratores violentos.
À medida que o ICE intensifica suas operações em Nova York, o debate sobre como equilibrar a segurança pública com a proteção aos imigrantes expõe as profundas divisões na abordagem de autoridades locais, estaduais e federais à aplicação das leis de imigração. Enquanto os republicanos argumentam que as operações restauram a ordem e protegem as comunidades, os democratas permanecem cautelosos, defendendo o cumprimento dos princípios das cidades santuário, projetados para fomentar a confiança entre as comunidades imigrantes e as autoridades locais.