Brasileiros em Pânico/ Confira o Que Realmente Está Acontecendo com a Imigração

Brasileiros ilegais serão caçados e deportados? Os filhos nascidos nos EUA não mais terão direito à cidadania americana? Nos primeiros dias do governo Trump, a imigração foi uma questão central que recebeu significativa atenção. Donald Trump, ao longo de sua campanha presidencial, prometeu mudanças substanciais nessa área, colocando a imigração no cerne do discurso político. 

Ouvi as preocupações das comunidades brasileiras em vários estados americanos sobre seu futuro no país. E se aqueles que já estão com o processo de legalização da cidadania encaminhado temem o futuro, os que ainda vivem ilegalmente no país encontram-se em estado de pânico. Muitos não falam inglês e as redes sociais brasileiras divulgaram muitas notícias falsas (fake news) desde que Trump assumiu a presidência no dia 20 de janeiro. 

Confira o que os veículos de comunicação mais confiáveis têm divulgado. 

1- Imigração: 

Ao assumir o cargo, Trump emitiu mais de uma dúzia de ordens executivas relacionadas à imigração, justificando suas ações com a alegação de que os Estados Unidos estavam sendo "invadidos" por imigrantes perigosos que cruzavam a fronteira com o México.

Uma das mudanças mais notáveis foi a introdução de novos poderes para negar a entrada de requerentes de asilo, revertendo políticas anteriores que protegiam imigrantes em locais considerados seguros, como igrejas, escolas e hospitais. 

Trump também interrompeu a entrada de milhares de refugiados que haviam sido previamente autorizados a se dirigir aos EUA, comprometendo seriamente o sistema de refúgio e as esperanças de muitos que fugiam de situações de perigo em seus países de origem.

Além disso, Trump iniciou o processo de expulsão de cerca de um milhão de pessoas que Biden havia permitido a entrada legal temporária. Essa medida drástica refletiu sua promessa de endurecer as políticas de imigração.

O novo presidente tentou limitar a concessão de cidadania americana a estrangeiros por nascimento. Vale ressaltar que esta  ordem em especial, foi rapidamente revogada por um juiz federal que a considerou inconstitucional.

Outro foco de Trump foi a repressão às cidades e estados que ofereciam resistência aos esforços federais para deportar imigrantes ilegais. O presidente instruiu as autoridades federais a investigar e potencialmente processar autoridades locais que interferissem nos esforços de deportação, intensificando as tensões entre o governo federal e as jurisdições locais.

2- Energia e Meio Ambiente

Paralelamente às políticas de imigração, Trump também tomou decisões significativas no setor energético, emitindo ordens executivas para expandir o uso de combustíveis fósseis, restringir a energia renovável e abandonar os esforços para combater as mudanças climáticas. 

Em um gesto que repercutiu globalmente, ele retirou os EUA do Acordo Climático de Paris, enfraquecendo os compromissos internacionais em relação à redução das emissões de gases de efeito estufa.

Declarando uma "emergência energética", Trump planejou abrir grandes áreas para perfuração de petróleo no Alasca, congelar licenças federais para parques eólicos e simplificar o licenciamento de gasodutos e mineração. Essas ações, contudo, enfrentam um processo legal complexo para revisão de regulamentos federais, o que pode levar anos e ainda está sujeito a desafios nos tribunais.

3- Diversidade, Equidade e Inclusão

As políticas de diversidade de gênero e raça também foram alvo de mudanças significativas no início do governo Trump. Com uma ordem executiva que visava "proteger as mulheres do extremismo da ideologia de gênero", Trump ordenou que o governo reconhecesse apenas dois sexos "imutáveis": masculino e feminino. 

Essa medida reverteu os esforços da administração Biden para a inclusão de pessoas interssexuais e transsexuais, restringindo a possibilidade de identificação em instituições federais.

O Departamento de Estado, por exemplo, removeu a categoria "identidade de gênero não especificada” ou “outra" dos pedidos de passaporte, eliminando qualquer referência à identidade de gênero não binária de documentos e memorandos oficiais. 

Com a promessa de instaurar uma sociedade baseada no mérito, Trump ordenou a eliminação dos conceitos de diversidade, equidade e inclusão - ou DEI - das políticas e práticas federais.

A administração Trump também rescindiu ordens executivas de Biden que promoviam a equidade de gênero e racial, afetando mulheres, negros, hispânicos, asiáticos, nativos americanos e pessoas com deficiência. 

Em um esforço para eliminar qualquer iniciativa DEI "disfarçada", funcionários federais foram instruídos a denunciar colegas que tentassem contornar essas ordens, sob pena de "consequências adversas" se falhassem em relatar tais atividades no prazo de dez dias.

Em suma, os primeiros dias do governo Trump foram marcados por uma série de ações executivas que refletiam suas promessas de campanha e sua visão de mudanças significativas na política de imigração, energia e diversidade. Essas medidas, enquanto reforçam sua base política, geraram amplas controvérsias e desafios legais, sublinhando as divisões profundas na sociedade americana sobre essas questões cruciais.