Publicado em 9/02/2025 as 4:00pm
Evento denuncia “ataques sem precedentes’ do governo Trump contra escolas e estudantes em Connecticut
Fonte: Da redação
Líderes e ativistas educacionais em Connecticut se reuniram nesta terça-feira (4) para denunciar medidas da administração Trump que, segundo eles, ameaçam estudantes imigrantes, LGBTQ+ e os orçamentos das escolas públicas. O evento, realizado na Biblioteca Pública de Meriden, contou com a presença de educadores, advogados e defensores dos direitos estudantis, que pediram ação imediata do estado para proteger os alunos mais vulneráveis.
Tabitha Sookdeo, diretora-executiva da organização Connecticut Students for a Dream, enfatizou a importância de garantir um ambiente escolar seguro para todos. “Precisamos garantir que cada estudante se sinta seguro, apoiado e capaz de ter sucesso em seu ambiente de aprendizado”, afirmou Sookdeo.
A coletiva de imprensa foi organizada pelo grupo de defesa Connecticut For All, em parceria com a Federação Americana de Professores de Connecticut. Leslie Blatteau, presidente da Federação dos Professores de New Haven e integrante do comitê diretivo do Connecticut For All, repudiou as ações da Casa Branca. “Não toleraremos esses ataques sem precedentes às escolas públicas, que são a base da nossa democracia. E não toleraremos ataques aos nossos alunos, que serão os sustentadores dessa democracia no futuro”, declarou.
Os participantes destacaram as consequências das medidas do governo Trump, incluindo a promessa de fechar o Departamento de Educação dos EUA. Para Blatteau, isso teria impactos devastadores. “Sem os recursos do Departamento de Educação, estudantes em diversas comunidades de Connecticut enfrentariam dificuldades extremas. Precisamos desses fundos para continuar oferecendo serviços essenciais”, alertou.
Outro ponto de preocupação foi a ordem executiva do presidente Trump que permite a entrada de agentes federais, incluindo do Serviço de Imigração e Controle Aduaneiro (ICE), em escolas, hospitais e locais de culto. “Isso cria um ambiente de estresse, caos e confusão nas escolas, afetando não apenas crianças imigrantes, mas todos os alunos”, afirmou Blatteau.
Sookdeo, que foi uma estudante indocumentada, reforçou a necessidade de garantir um ambiente seguro para alunos sem documentos e beneficiários do DACA (Ação Diferida para Chegadas na Infância). “A sala de aula deve ser um lugar de aprendizado e crescimento, não de medo e incerteza”, disse. “Proteger esses alunos lhes permite focar nos estudos e contribuir com suas comunidades.”
Tony Ferraiolo, representante da Healthcare Advocates International e Equality Connecticut, condenou ordens recentes da Casa Branca que afetam os direitos de estudantes transgênros e não-binários. “Não podemos esperar que um aluno se dedique 100% aos estudos se ele não puder ser 100% quem é”, afirmou. “Ao tirar o direito de uma criança de ser vista e aceita, estamos forçando-a ao silêncio e à vergonha.”
Constanza Segovia, diretora de organização do Connecticut For All e cofundadora do Hartford Deportation Defense, pediu aos legisladores que se unam à luta contra as medidas do governo federal. “Nos recusamos a normalizar as políticas violentas do atual presidente dos EUA”, declarou. “Pedimos a nossos líderes em Washington e em Hartford que se unam a essa recusa.”
Segovia também criticou as políticas fiscais do estado, alegando que não estão investindo nas comunidades. “Nossos líderes precisam garantir que o dinheiro que entra no estado seja usado para investir em nossas comunidades e não para pagamentos extras de dívidas antigas, quando nossas crianças precisam de apoio agora”, afirmou.
Blatteau reforçou a necessidade de um financiamento mais amplo para melhorar as condições de vida dos alunos. “As condições de vida de nossos estudantes são as condições de aprendizado deles”, disse. “Sem mais recursos para moradia e saúde, nossos alunos continuarão enfrentando dificuldades.”
Por fim, a presidente da Federação dos Professores de New Haven incentivou os moradores a pressionarem o governo estadual. “Liguem para o governador, deixem claro que precisamos mudar as regras fiscais para atender às necessidades da nossa comunidade”, concluiu.