Publicado em 14/02/2025 as 5:30pm
Brasileiro deportado dos EUA faz alerta sobre os riscos de entrar ilegalmente no país: “É muito perigoso”
Fonte: Da redação
César Diego Justino, um corretor de imóveis de 32 anos, natural de Goiás, experimentou na pele os desafios e perigos de tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Deportado após quatro meses de detenção no país, ele desembarcou no Brasil emocionado, beijando o chão ao chegar ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na última sexta-feira (7). Agora, ele faz um alerta contundente para quem cogita seguir o mesmo caminho: “Se tiver de ir, vá pela porta da frente. Consiga um visto. E vamos andar certo. Não vamos passar pelo México, é muito perigoso”.
César viajou para os Estados Unidos em outubro, atravessando a fronteira pelo México junto com um primo, em busca de melhores condições de vida para sua família. Ele deixou para trás a esposa e dois filhos, de 2 e 10 anos, em Jaraguá, no centro de Goiás. “A gente não tem dignidade nenhuma passando pelo México. Os outros tratam a gente que nem lixo”, desabafou.
Ao chegar aos EUA, ele se entregou às autoridades e iniciou um processo para regularizar sua permanência no país. No entanto, o endurecimento das regras para pedidos de asilo dificultou sua situação. “Em Juárez, eu me entreguei, passei o muro e, então, começou aquele pesadelo. Fiquei quatro meses e cinco dias detido. Me deram uma fiança de US$ 5 mil para eu poder ficar, mas não consegui pagar no prazo. Como não paguei, o juiz decidiu me deportar”, relatou.
Durante o período de detenção, César enfrentou dificuldades como fome, frio e solidão. “Um mês só para deportar. Passa fome, passa frio. Pensa, se a gente está sozinho em um país distante. Sozinho. É muito triste. Muito triste mesmo”, disse ele, emocionado.
Agora de volta ao Brasil, César planeja retomar sua carreira como corretor de imóveis e reconstruir sua vida ao lado da família. “Estou realizado, porque estou com a minha riqueza, que são meus filhos, minha esposa, minha mãe e minha sogra. Então, estou muito feliz mesmo. A única coisa que eu peço é que Deus me ilumine daqui em diante. E que abra as portas para mim aqui no Brasil”, afirmou.
César foi um dos 111 brasileiros deportados dos Estados Unidos na sexta-feira (7). Após uma parada em Fortaleza, 96 deles seguiram para Belo Horizonte em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB). No aeroporto, foram recebidos por uma comitiva que incluía representantes da Prefeitura de Belo Horizonte, do Governo de Minas Gerais e da União, além da ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo.