Governo Trump prendeu 11 mil imigrantes indocumentados nas últimas três semanas

Desde o início de seu governo, em 20 de janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem implementado uma série de medidas rigorosas contra a imigração ilegal, resultando na prisão de pelo menos 11 mil imigrantes em situação irregular. O número, divulgado pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, durante o quadro semanal "Minuto Maga" nas redes sociais da administração, refere-se ao período entre 23 de janeiro e 9 de fevereiro. Ainda não se sabe quantos dos detidos são brasileiros.

As operações, lideradas pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos EUA (ICE), têm como alvo imigrantes ilegais considerados "criminosos conhecidos" e que representam uma "ameaça à segurança nacional ou à segurança pública". As ações ocorreram em diversas cidades americanas, incluindo Chicago, Nova York, Newark (Nova Jérsei) e Los Angeles, locais conhecidos por adotarem políticas de "cidades-santuário", que limitam a cooperação com autoridades federais em questões de imigração.

Além do ICE, as operações contam com a participação de outras agências federais, como o FBI, o Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF), a Agência Antinarcóticos (DEA) e o Serviço de Delegados dos EUA. Segundo o ICE, as prisões são "planejadas e direcionadas", focando em indivíduos com histórico criminal. O governo tem divulgado a identidade de alguns dos detidos, classificados como "piores primeiros", incluindo o brasileiro Vitor de Sousa Lima, preso em Boston em janeiro e condenado por homicídio culposo.

Apesar dos números divulgados, o total de detidos pode ser maior, já que as informações sobre as operações são limitadas. Até o início de fevereiro, o ICE havia protocolado cerca de 6.500 pedidos de mandados de prisão, indicando que a pressão por mais detenções deve continuar. Estima-se que haja entre 11 e 14 milhões de imigrantes em situação irregular ou com status temporário nos EUA, segundo dados do governo americano.

As políticas anti-imigração de Trump, que marcam um contraste com as abordagens mais flexíveis de governos anteriores, têm gerado debates acalorados sobre os métodos de aplicação da lei e o tratamento dado aos imigrantes. Enquanto o governo defende as operações como necessárias para garantir a segurança pública, críticos argumentam que elas criam um clima de medo e desconfiança, afetando comunidades inteiras.

O impacto dessas medidas sobre a comunidade brasileira nos EUA ainda não está totalmente claro, mas a prisão de imigrantes como Vitor de Sousa Lima serve como um alerta para os riscos enfrentados por aqueles em situação irregular. À medida que o governo Trump avança em sua agenda de imigração, a tensão entre a aplicação da lei e os direitos dos imigrantes promete permanecer no centro do debate político e social nos Estados Unidos.