EUA transferem mais de 140 imigrantes para a Baía de Guantánamo

O governo dos Estados Unidos transferiu mais de 140 pessoas para a Baía de Guantánamo, em Cuba, de acordo com dados federais compartilhados com a CNN. A medida ocorre enquanto as autoridades correm para montar um acampamento capaz de abrigar dezenas de milhares de migrantes. Até esta quarta-feira (19), 13 voos foram realizados, transportando 142 indivíduos para a base militar americana localizada na ilha caribenha.

Segundo informações obtidas pela CNN, detentos considerados de alto risco estão sendo mantidos na prisão de segurança máxima da base, enquanto outros, que já têm ordens finais de remoção dos EUA, estão alojados no centro de operações de migrantes. Ainda não está claro quais critérios o governo está utilizando para selecionar as pessoas transferidas. Até o momento, todos os indivíduos enviados são homens e foram classificados como portadores de algum tipo de "criminalidade", que varia desde supostos vínculos com a notória gangue Tren de Aragua até violações mais básicas das leis de imigração.

O Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) não divulgou os nomes ou detalhes específicos sobre as pessoas enviadas para a instalação. A transferência para Guantánamo ocorre em um contexto de crescente pressão sobre o sistema migratório dos EUA, que tem enfrentado um aumento significativo no número de migrantes tentando cruzar as fronteiras do país.

A Baía de Guantánamo, mais conhecida por abrigar prisioneiros de guerra e suspeitos de terrorismo, agora está sendo usada como parte da estratégia do governo para gerenciar a crise migratória. A medida, no entanto, gera preocupações entre defensores dos direitos humanos, que questionam as condições de detenção e a falta de transparência no processo de seleção dos transferidos.

Enquanto isso, as autoridades continuam a expandir a infraestrutura em Guantánamo para acomodar um número cada vez maior de migrantes, em um esforço para aliviar a superlotação em instalações de detenção no território continental dos EUA. A situação coloca o governo diante de desafios logísticos e humanitários, além de reacender debates sobre as políticas de imigração e os direitos dos migrantes.