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Publicado em 9/03/2025 as 9:30am

EUA planejam fechar consulados e reduzir missões diplomáticas em meio a cortes orçamentários

Da redação O Departamento de Estado dos Estados Unidos está elaborando um plano para fechar...

Da redação

O Departamento de Estado dos Estados Unidos está elaborando um plano para fechar mais de dez consulados no exterior ainda neste semestre, além de considerar o encerramento de várias outras missões diplomáticas em diversos países. Entre os postos que podem ser afetados está o escritório da embaixada americana em Belo Horizonte, Brasil, conforme revelou o site Politico. A medida faz parte de uma estratégia de cortes orçamentários e da política externa "América Primeiro", liderada pelo presidente Donald Trump, que busca reduzir a presença global dos EUA e priorizar interesses domésticos.

Em resposta a questionamentos, o Departamento de Estado não confirmou o fechamento do escritório em Belo Horizonte, mas admitiu que está revisando sua rede de representações no exterior. A redução também prevê demissões de funcionários locais, que representam dois terços da força de trabalho do órgão e desempenham um papel crucial no suporte às operações diplomáticas. Esses trabalhadores são essenciais para o conhecimento local e a implementação de políticas externas, especialmente em regiões distantes das capitais.

A lista de representações que podem ser fechadas inclui consulados em cidades como Rennes, Lyon, Estrasburgo e Bordeaux, na França; Dusseldorf, Leipzig e Hamburgo, na Alemanha; Florença, na Itália; e Ponta Delgada, em Portugal. O fechamento desses postos pode comprometer esforços do governo americano para estabelecer parcerias, coletar informações de inteligência e promover interesses comerciais e de segurança nacional.

A medida ocorre em um momento em que a China, principal rival geopolítico dos EUA, superou o país em número de postos diplomáticos ao redor do mundo. Atualmente, os Estados Unidos possuem 271 postos, enquanto a China tem 274, de acordo com um estudo do Instituto Lowy. A China tem fortalecido sua influência, especialmente na Ásia e na África, além de ampliar sua presença em organizações internacionais.

O fechamento de consulados e missões diplomáticas também preocupa agências de inteligência, como a CIA, cujos oficiais muitas vezes atuam disfarçados como diplomatas. A redução desses postos limitaria as opções para posicionar espiões e coletar informações estratégicas. Além disso, as embaixadas e consulados abrigam representantes de diversas agências federais, como Exército, inteligência, saúde e comércio, que monitoram situações locais e colaboram com autoridades estrangeiras em questões como combate ao terrorismo, prevenção de doenças e crises econômicas.

O plano de cortes coincide com uma alta taxa de demissões voluntárias no Departamento de Estado. Nos primeiros dois meses de 2025, cerca de 700 funcionários, incluindo 450 diplomatas de carreira, deixaram seus cargos. Esse número já supera as 800 demissões registradas ao longo de todo o ano anterior. O congelamento nas contratações e a redução da força de trabalho têm impactado a capacidade do órgão de implementar políticas externas.

Os esforços para reduzir custos são parte de uma campanha interna para diminuir o orçamento operacional do Departamento de Estado em até 20%, segundo fontes familiarizadas com as discussões. O processo foi acelerado por uma equipe liderada por Elon Musk, que tem atuado em agências governamentais para identificar e eliminar o que considera desperdício. Edward Coristine, um engenheiro de 19 anos conhecido publicamente como "Big Balls", está no Departamento de Estado auxiliando na implementação dos cortes.

No mês passado, o Departamento de Estado informou dois comitês do Congresso sobre os fechamentos planejados. Recentemente, também anunciou a intenção de fechar um consulado em Gaziantep, na Turquia, que tem sido um centro de trabalho para funcionários americanos com refugiados sírios e grupos humanitários.

Em fevereiro, o secretário de Estado, Marco Rubio, enviou um memorando aos chefes de missão, instruindo-os a manter equipes no exterior no mínimo necessário para implementar as prioridades de política externa do presidente. O memorando também determinou que posições deixadas vagas por dois anos fossem abolidas.

A redução da presença diplomática dos EUA ocorre em um momento crítico, com desafios globais crescentes e a ascensão de rivais como a China. Enquanto o governo Trump defende a política "América Primeiro", especialistas alertam que os cortes podem comprometer a capacidade dos EUA de influenciar eventos internacionais e proteger seus interesses no exterior.

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