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Publicado em 16/03/2025 as 8:00am

Empresária brasileira é presa pelo ICE em Massachusetts EUA e relata experiência traumática: "Isso não é justo"

Fonte: Da redação


Luciene Carneiro, conhecida como Luh Carneiro, empresária e proprietária de um salão de beleza nos Estados Unidos, viveu um dia que mudaria sua vida para sempre em 11 de fevereiro. O que começou como uma manhã comum de trabalho se transformou em um pesadelo quando dois agentes do ICE (Immigration and Customs Enforcement) entraram em seu estabelecimento. O motivo? Luh estava "fora de status migratório" — ou seja, sem permissão de trabalho.

Luh, conhecida por sua gentileza e profissionalismo, recebeu os agentes com cortesia, oferecendo água e café. No entanto, a situação rapidamente se tornou tensa quando eles perguntaram se ela tinha permissão para trabalhar no país. Ao responder que não, Luh questionou: "Vocês vão me prender?" A resposta não veio naquele momento, mas logo outros agentes chegaram ao local.

Uma policial, visivelmente emocionada, chegou a chorar e disse: "Isso não é certo, nós deveríamos prender criminosos, não uma mãe de família trabalhadora". Apesar da comoção, a ordem era clara: Luh seria levada.

O desespero tomou conta. Enquanto tentava acalmar o marido por mensagem, Luh teve uma crise de pressão alta, com sangramento nasal e visão turva. Clientes e colegas tentaram interceder, e uma cliente americana até se ofereceu para ser sua "sponsor" (patrocinadora), mas nada adiantou. Luh só teve permissão para pegar um casaco antes de ser levada.

Durante o trajeto até a delegacia, os agentes tentaram confortá-la, comprando água e conversando. No entanto, a sensação de impotência só aumentava. Ao chegar ao local, Luh foi colocada em um escritório isolado, já que as celas estavam lotadas de homens. Uma agente ficou ao seu lado, ouvindo sua história e tentando confortá-la.

Luh explicou que sempre pagou impostos, tinha todas as licenças municipais para operar o salão e nunca teve problemas com a lei. "Eu só queria uma oportunidade de ter meus documentos", disse, emocionada. No entanto, não havia garantias de que seria liberada.

A reviravolta inesperada

Após horas de angústia, Luh foi informada de que seria solta. No entanto, o alívio durou pouco. Minutos depois, a oficial que a acompanhava saiu chorando e gritando: "Isso não é justo! Ela é mãe, trabalhadora. Amanhã é o aniversário da filha dela!". A decisão havia mudado: Luh seria transferida para um presídio em Vermont.

No momento em que recebeu uma sacola para colocar seus pertences — relógio, brincos, aliança —, Luh sentiu como se estivesse em um velório. "Meu destino agora não é mais meu", pensou.

Mas, contra todas as expectativas, uma reviravolta aconteceu. Um agente perguntou se ela queria que o consulado brasileiro fosse informado. Pouco depois, Luh foi liberada, quase 12 horas após sua prisão.

O retorno para casa

No dia seguinte, era o aniversário da filha de Luh, mas a casa não estava em clima de festa. "Mamãe, nem parece meu aniversário", sussurrou a menina. A dor da experiência ainda pairava sobre a família.

Reconstrução e perdão

Agora livre, Luh decidiu não se consumir pelo ódio. "Eu não quero saber quem me denunciou. Não quero carregar esse peso. Entreguei tudo nas mãos de Deus. Ele me permitiu passar por isso, e acredito que tudo na vida tem um propósito, inclusive o sofrimento", disse.

Ela também expressou gratidão por não precisar de um advogado, afirmando que "o maior advogado estava o tempo todo do meu lado, Jesus". Para quem tentou prejudicá-la, Luh tem apenas uma mensagem: "Vou orar por ela. Não quero ter ódio".

Um legado de resiliência

Luh Carneiro, que já organizou eventos para fortalecer outras mulheres, agora precisa se reconstruir. Sua história, marcada por dor e resiliência, serve como um alerta para os desafios enfrentados por imigrantes indocumentados nos Estados Unidos.

Enquanto aguarda uma solução para sua situação migratória, Luh segue firme, com fé e determinação. "Irei honrar o nome de Jesus para sempre", afirmou, deixando claro que sua experiência, embora traumática, não a definirá — mas a fortalecerá.

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