O Departamento de Segurança Interna ordenou que ela deixasse o país. Mas ela é cidadã americana e também advogada de imigração.

Na última sexta-feira, Nicole Micheroni, moradora de Massachusetts, ficou surpresa ao receber um e-mail do governo federal pedindo que deixasse o país.

“No início, achei que fosse uma mensagem destinada a um cliente meu, mas, ao analisar com atenção, percebi que o único nome no e-mail era o meu”, contou Micheroni. “O texto dizia que meu status de liberdade condicional havia sido encerrado e que eu precisava sair do país em até sete dias.”

O curioso é que Micheroni, de 40 anos, é cidadã americana. Ela nasceu em Newton e cresceu em Sharon.

“Provavelmente foi um engano, ou pelo menos espero que sim”, disse ela. “Mas é preocupante ver esse tipo de mensagem sendo enviada para cidadãos dos Estados Unidos.”

Advogada especializada em imigração, Micheroni representa diversos clientes que enfrentam questões relacionadas à deportação. Por isso, seu nome e e-mail aparecem frequentemente em documentos oficiais.

“O conteúdo do e-mail é bastante agressivo”, comentou. “Parece até um e-mail de spam, com aparência duvidosa. Não parece algo oficial, embora seja.”

Em resposta, um representante do Departamento de Segurança Interna declarou à NBC10 Boston que a Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) está notificando o fim da liberdade condicional de pessoas que não têm permissão legal para permanecer no país. Segundo o comunicado, “a CBP utilizou os e-mails fornecidos pelos próprios estrangeiros. Caso um endereço de e-mail não pessoal, como o de um cidadão americano indicado como contato, tenha sido usado, a mensagem pode ter sido enviada para a pessoa errada. A CBP está acompanhando os casos e tratará cada um individualmente.”

“É assustador pensar que isso está acontecendo”, disse Micheroni. “Mostra falta de cuidado por parte das autoridades.”

Após relatar o caso nas redes sociais, Micheroni recebeu milhares de mensagens de apoio e solidariedade de diferentes partes do mundo.

“Parece uma tentativa de intimidação”, opinou. “Eles querem que as pessoas sintam medo da imigração.”

Ela afirmou que não pretende entrar em contato com o DHS e acredita que o e-mail foi enviado por engano.
Espera que o caso não avance além disso.