Publicado em 19/04/2025 as 5:00pm
Ampliação bilionária dos centros de detenção para imigrantes já está em andamento nos Estados Unidos.
Fonte: Da redação
No interior rural da Louisiana, quase 7 mil imigrantes permanecem detidos enquanto aguardam a decisão sobre sua permanência ou expulsão dos Estados Unidos. Esse número pode crescer rapidamente. A administração Trump avança com um ambicioso projeto de expansão do sistema de detenção migratória, com o objetivo de dobrar a capacidade atual — a maior do planeta — e atingir 100 mil vagas. Empresas privadas já estão firmando contratos bilionários, mesmo antes da aprovação do novo orçamento do Immigration and Customs Enforcement (ICE) pelo Congresso.
O ICE chegou a divulgar um edital que pode alcançar até US$ 45 bilhões para a criação de novas unidades. Só neste mês, foi fechado um contrato de quase US$ 4 bilhões para a gestão de um centro em Fort Bliss, no Texas. Outros acordos preveem mil vagas em Newark e 2.400 no Texas, voltadas para famílias com crianças. O setor privado reagiu positivamente: empresas como o Geo Group viram suas ações saltarem até 94% desde a reeleição de Trump, impulsionadas pelas garantias de lucro e crescimento desses contratos.
A Louisiana tornou-se uma peça central na estratégia federal. Desde 2019, o ICE passou a operar cinco prisões desativadas no estado. Atualmente, apenas o Texas possui mais leitos disponíveis. Esses centros de detenção, geralmente localizados em áreas isoladas, dificultam o acesso de advogados e familiares aos detentos.
Para ativistas pró-direitos dos imigrantes, essa ampliação está diretamente vinculada à promessa de deportações em massa feita por Trump. “Esse é o funcionamento da máquina: isola, desumaniza e acelera a remoção”, afirmou Carly Pérez Fernández, da Detention Watch Network. Enquanto isso, as audiências virtuais se tornaram rotina, mas advogados alertam que esse formato afasta os juízes da realidade vivida pelos detidos do outro lado da tela.