Publicado em 10/03/2018 as 8:00am
Pernambucanos ajudaram na fundação de NY
Toda a comunidade judaica de Nova York surgiu a partir de um punhado de imigrantes no século 17. E todos eles vieram de Pernambuco.
New York é a cidade mais judaica depois de Tel Aviv, o centro financeiro de Israel. São dois milhões de judeus – um a cada três brancos da Grande Maçã. Em 1654 eram só 23. A memória deles segue preservada em NY.
Três cemitérios ali são dedicados aos judeus pioneiros da cidade e seus descendentes. Nas lápides, sobrenomes familiares para quem vive no Brasil: Fonseca, Seixas, Cardoso, Bueno. Sim, porque os primeiros 23 judeus da maior cidade dos EUA vieram do Brasil. Mais especificamente, do Recife (Pernambuco). É a história deles que você vai conhecer agora.
Registros populacionais da prefeitura de NY York comprovam que, no dia 12 de setembro de 1654, 23 judeus saídos de Pernambuco desembarcaram na cidade, até então conhecida por Nova Amsterdã. Entre eles, famílias com crianças, o que indica que alguns já eram nascidos em terras brasileiras. Foram os primeiros imigrantes a realmente se perpetuarem na cidade – antes, Nova Amsterdã servia apenas de entreposto comercial e abrigava temporariamente comerciantes e navegadores.
Os brasileiros fundaram também a primeira colônia judaica em solo norte-americano.
Para entender por que os judeus fugiram de Recife, melhor voltar para 1630, quando o local foi invadido pelos holandeses. A tolerância flamenga com as práticas religiosas seduziu milhares de judeus a se mudarem de países católicos para lá. Mas, com a saída de Maurício de Nassau, governador do chamado Brasil holandês, e o enfraquecimento das defesas holandesas (que já não recebiam tanto apoio financeiro e armamentista de Amsterdã), em 1654 os portugueses restauraram o poder na região. Restou à comunidade judaica fugir do Brasil.
O grupo que se dirigiu a Nova Amsterdã foi preso por espanhóis na Jamaica e só não foi entregue à Inquisição Católica porque a Holanda interveio.
Já em Nova Amsterdã, o governador francês, Pierre Stuyvesant, os proibiu de manter qualquer tipo de negócio e de praticar cultos judaicos, além de negar-lhes auxílio financeiro.
Em 1664, quando o controle foi passado para os ingleses, que rebatizaram o local de New York, o grupo conseguiu liberdade religiosa e civil, construiu a Sinagoga Portuguesa e Espanhola, a primeira do país, e formou a futura elite financeira local.
COMO TUDO FOI DESCOBERTO
A ligação histórica entre o Recife e a cidade de NY era conhecida desde os tempos mais remotos, entretanto, somente em 1999 com uma descoberta arqueológica cinematográfica, essa ponte foi revelada.
No século XVII quando os holandeses chegaram ao Recife, chegaram junto com eles muitos judeus que se juntaram a um grupo já residente na capitania.
No período em que Maurício de Nassau dominou a cidade, esse grupo religioso teve a tão sonhada liberdade de culto, (que era cerceada pelos portugueses por razões óbvias) e construiu a primeira sinagoga das Américas, a Kahal Zur Israel, na rua dos Judeus, atual rua do Bom Jesus (ironia do destino).
Em 1654, os holandeses foram expulsos definitivamente do Recife. A comunidade judaica ficou em situação de risco e muitos foram embora. Dessa pequena diáspora, um grupo de 23 judeus migrou para o pequeno povoado de Nova Amsterdã.
Fonte: Redação - Brazilian Times