Publicado em 5/06/2018 as 2:00pm
Nicaraguenses vão aos EUA pedir interferência no governo Ortega
A estimativa é que pelo menos 110 pessoas tenham morrido, desde abril, em meio aos protestos.
Opositores do governo do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, viajaram até Washington, sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), para pedir o fim à repressão e a condenação do dirigente. A Nicarágua encabeça, ao lado da Venezuela, a lista de preocupações da OEA, que iniciou nesta segunda-feira (4) a sua 48ª assembleia geral.
A crise instaurada na Nicarágua em decorrência da violência e da repressão às manifestações contra o governo Ortega provocou discussão na 48ª Assembleia Geral da OEA.
A presidente do Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh), Vilma Nuñez, denunciou a “escalada da violência e repressão na Nicarágua”, por parte das forças policiais e grupos paramilitares, simpatizantes do presidente Daniel Ortega.
Os protestos começaram em meados de abril, quando o governo anunciou uma reforma da Previdência, já revogada, mas ainda assim se converteram num movimento nacional. Manifestantes saem às ruas pedindo a renúncia de Ortega e da vice-presidente, Rosario Murillo.
Líder da Revolução Sandinista de 1979, Ortega atuou para derrubar a ditadura de Anastásio Somoza e conquistou seu terceiro mandato presidencial consecutivo em 2016. O resultado das eleições foi questionado pela oposição.
Nas ruas, os manifestantes acusam o ex-guerrilheiro esquerdista de querer instalar uma dinastia política e corrupta, igual àquela que ele combateu. Em meio à crise, Ortega perdeu o apoio de muitos de seus ex-aliados e recorreu à Igreja Católica, para mediar um diálogo pela paz.
Porém, o presidente da Nicarágua não aceitou a sugestão dos bispos de antecipar as eleições presidenciais. Novas manifestações, no final de semana, resultaram na morte de cinco pessoas – entre elas um adolescente de 15 anos, que levou um tiro no peito.
O secretário da Associação Nicaraguense Pró-Direitos Humanos (ANPDH), Álvaro Leiva Sánchez, disse que o jovem e outro morto foram executados pela polícia. A estimativa é que pelo menos 110 pessoas tenham morrido, desde abril, em meio aos protestos, e mais de mil tenham ficado feridas.
Fonte: noticiasaominuto.com.br (Com informações da Agência Brasil)