Publicado em 18/07/2018 as 8:30am
Governo investiga redes de coiotes que levam brasileiros aos EUA
A decisão foi tomada depois que o Ministro Aloysio Nunes visitou nos EUA abrigos que mantém crianças separadas dos pais.
O Ministério das Relações Exteriores investigará a ação de grupos de traficantes de pessoas (coiotes) que atraem “clientes” no Brasil para transportá-los clandestinamente aos EUA. Os brasileiros são levados até o México, onde outros indivíduos cruzam com eles a fronteira dos EUA. A decisão foi tomada depois que o Ministro Aloysio Nunes visitou nos Estados Unidos abrigos que mantém crianças separadas dos pais que entraram clandestinamente no país. O Itamaraty acredita que existam redes de coiotes que atual no Brasil, portanto, pediu aos órgãos de segurança e inteligência, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Polícia Federal (PF), que investiguem o assunto.
Em 2015, agentes da PF desbaratou uma quadrilha cujos membros atuavam como “despachantes” para a obtenção de documentos falsos que facilitariam a entrada nos EUA.
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o Ministro criticou a irresponsabilidade dos pais brasileiros em tentarem entrar clandestinamente nos EUA com seus filhos. “Há uma enorme e cavalar irresponsabilidade desses pais. É evidente que o pai que empreende uma aventura dessas sabe que haverá um risco, que será arcado principalmente pela criança, a mais vulnerável”, disse Aloysio.
O Ministério das Relações Exteriores calcula que hajam 40 crianças brasileiras mantidas em abrigos nos EUA. Elas foram separadas dos pais quando foram detidos na fronteira sob a política de “tolerância zero” da administração Trump. A prática gerou ultraje em vários segmentos sociais e políticos nos EUA e uma ação judicial determinou que o governo atual voltasse atrás e devolvesse às crianças às suas famílias o mais rápido possível. O governo do Brasil teme que o “afrouxamento” da tolerância zero por parte das autoridades americanas incentive os coiotes a continuarem a traficar pessoas.
Fonte: BV