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Publicado em 26/07/2018 as 3:00pm

Feito na China, material de campanha para reeleição de Trump em 2020 pode ser afetado por guerra comercial com EUA

Com slogan 'Keep America Great!', milhares de banners e bandeiras já estão sendo produzidos em mesma fábrica na província de Anhui que fez material para eleição de 2016. Gerente acredita que presidente antecipou encomendas para fugir de tarifas que ele mesmo iria impor logo depois à China.

Feito na China, material de campanha para reeleição de Trump em 2020 pode ser afetado por guerra comercial com EUA Bandeiras e banners para a campanha de reeleição de Donald Trump, em 2020, são vistas na fábrica Jiahao, em Fuyang, na província de Anhui, na China, na terça-feira (24) (Foto: Reuters/Aly Song)

Os banners vermelhos, brancos e azuis da campanha para reeleição do presidente dos EUA Donald Trump estão prontos para serem enviados, estampados com as palavras “Keep America Great!” (Mantenha a América Ótima!”).

Mas elas são fabricadas no leste da China e logo podem ser atingidas por tarifas punitivas do próprio Trump, enquanto ele lança uma rancorosa disputa comercial com Pequim.

Na Jiahao Flag Co Ltd, na província de Anhui, mulheres operam máquinas de costura para costurar as bainhas das bandeiras “Trump 2020” do tamanho de toalhas de praia, enquanto outras as dobram e empacotam para entrega.

A fábrica produziu cerca de 90 mil banners desde março, diz a gerente Yao Yuanyuan, um número fora do comum para o que é normalmente uma temporada baixa, e Yao acredita que a guerra comercial entre China e EUA foi a razão.

"Está intimamente relacionado", disse ela. "Eles estão se preparando antecipadamente, eles estão aproveitando o fato de que as tarifas ainda não subiram, com preços mais baixos agora."

Mulheres chinesas trabalham na fabricação de bandeiras da campanha presidencial de reeleição de Donald Trump para 2020 na fábrica de Jiahao em Fuyang, na província de Anhui, na China (Foto: Aly Song/Reuters)

A administração Trump impôs tarifas sobre bens no valor de US$ 34 bilhões da China. Depois que a China retaliou da mesma forma, Washington anunciou a cobrança de mais US$ 200 bilhões em produtos e ameaçou mais, visando potencialmente todas as exportações da China para os Estados Unidos - incluindo bandeiras.

Os banners da campanha destacam um paradoxo nas relações entre China e Estados Unidos sob Trump.

A cerca de US$1 a peça, mesmo fornecedores da campanha de Trump que, diz Yao, estão localizados na China e em outros países, não conseguem resistir aos preços baixos. A fábrica dela tem feito banners de Trump desde a época em que seu slogan como candidato era “Make America Great Again” (Torne a América ótima novamente).

“As vendas têm sido ótimas desde 2015”, diz.

Mas o esforço de Trump para arrancar melhores condições de negociação da China ameaça essa vantagem de preço, e sua postura linha-dura pode eventualmente repelir fornecedores como Yao.

"Se ele continuar exigindo aumentos de tarifas, ou se continuar concordando com aqueles que são contra a China, eu definitivamente não seria capaz de aceitar (mais pedidos)", diz ela.

"Todo mundo pode ter um coração patriótico, mas isso não vai melhorar sua economia e, ao invés disso, pode fazer nós chineses atirarmos nos nossos próprios pés".

A Jiahao Flag Factory não faz apenas banners para Trump. Ela produz bandeiras americanas e para outros países e banners especiais, incluindo bandeiras de arco-íris do orgulho gay.

A costureira da fábrica Sun Lijun não está perdendo o sono por causa da guerra comercial.

"Eu sei que as tarifas de Trump para a China terão algum efeito, mas não estamos preocupadas, já que estamos produzindo bandeiras estrangeiras todos os dias", diz.

Foto: Aly Song/Reuters

 

Fonte: Por Reuters

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