Publicado em 30/08/2018 as 5:00pm
Orfanato administrado por freiras nos EUA era 'casa dos horrores'
Segundo denúncias de pessoas que cresceram no orfanato Saint Joseph's, em Burlington, torturas e até morte de órfãos eram comuns no século passado.
Depois de diversos escândalos envolvendo padres e instituições católicas nos EUA, Irlanda e outros países, a imprensa norte-americana trouxe mais uma história de abusos contra crianças, que desta vez aconteceram durante décadas em uma instituição administrada por freiras.
Uma reportagem do site BuzzFeedNews trouxe à tona depoimentos de homens e mulheres que passaram anos abrigados no orfanato St Joseph's, em Burlington, no estado de Vermont. As denúncias, de abusos sexuais, psicológicos, violências e até morte, fizeram parte de um processo nos anos 1990.
Segundo uma das vítimas, Sally Dale, que viveu dos 2 aos 23 anos no St Joseph's, torturas, espancamento e abuso eram comuns. Ela contou que viu uma freira jogar um menino do quarto andar e que foi obrigada por outras a beijar o corpo de um menino que havia morrido eletrocutado.
Além dela, outros antigos internos do orfanato relataram que foram obrigados a comer o próprio vômito, que pelo menos um menino morreu afogado em um lago próximo, depois de ser jogado de um barco e que o capelão da entidade abusava sexualmente de crianças.
A ação coletiva, que tinha dezenas de reclamantes, acabou se desfazendo depois que a diocese de Vermont fez acordos com vários deles, dando cerca de US$ 5 mil (por volta de R$ 20 mil) a título de compensação. Outros acabaram desistindo.
Anos depois, ex-funcionários do orfanato confirmaram lembranças de abusos. A reportagem também conseguiu localizar atestados de óbitos de crianças que estavam sob os cuidados da instituição e que a igreja negava que teriam morrido no local.
O orfanato foi oficialmente fechado em 1974 e o prédio se tornou a sede da diocese. Em 2010, depois que a administração gastou milhões em indenizações em outro escândalo, a propriedade foi vendida para uma universidade local.
Fonte: Fábio Fleury, do R7