Publicado em 4/09/2018 as 4:00pm
Cidade alemã de Chemnitz se torna palco de show de rock contra a xenofobia
Organizadores esperavam 20 mil participantes, mas 50 mil compareceram ao show gratuito, com apresentação de grupos regionais e nacionais. Evento teve o apoio das autoridades alemãs, que fazem apelo pela mobilização contra o ódio propagado pela extrema-direita.
“Nós somos mais numerosos”: vários grupos musicais alemães participaram nesta segunda-feira (3) de um show de rock na cidade de Chemnitz contra a xenofobia. O evento teve o apoio das autoridades alemãs, que fazem um apelo pela mobilização contra o ódio propagado pela extrema-direita no país.
Os organizadores esperavam 20 mil participantes, mas 50 mil compareceram ao show gratuito, que começou no final da tarde, com apresentação de grupos regionais e nacionais. “Não se trata de uma batalha da esquerda contra a direita, mas, independentemente de sua tendência política, de se opor à extrema-direita que se torna violenta”, disse Champino, cantor do grupo Toten Hosen.
“É muito importante que paremos o movimento enquanto é apenas uma bola de neve e antes que se transforme numa avalanche”, acrescentou o músico. O evento, previsto há uma semana, foi organizado em resposta às várias manifestações contra os migrantes.
Os moradores de Chemnitz também foram convidados, nas redes sociais, a participar de uma “manifestação na janela”, deixando visíveis mensagens de tolerância.
“Mais coração e menos ódio”
No sábado (1), cerca de 6 mil próximos do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) e do grupo anti-muçulmanos Pegida, marchavam pelas ruas de Chemnitz com bandeiras da Alemanha, entoando a hino nacional e slogans do tipo “Fora Merkel”. O cortejo chegou a ser bloqueado pelas forças de ordem após dezenas de militantes antifascistas terem tentado integrar a passeata.
A polícia prendeu algumas pessoas mas, apesar da tensão, nenhum incidente mais grave foi registrado durante o protesto. Já na hora da dispersão, confrontos deixaram pelo menos 18 feridos.
No mesmo dia, várias associações e partidos políticos progressistas marcharam sob o lema "mais coração e menos ódio". Organizada por grupos de esquerda, o protesto, que contou com cerca de 3.500 pessoas, segundo a polícia, reuniu moradores que acusam a AfD e o Peguida de tentar instrumentalizar a morte de um alemão de 35 anos, esfaqueado por um suposto imigrante.
Fonte: RFI