Publicado em 25/10/2018 as 12:00pm
País que tiver míssil dos EUA será alvo, diz Putin
Putin disse que espera que os EUA não posicionem mísseis de médio alcance, que eram banidos pelo acordo, na Europa
O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira (24) que, caso os Estados Unidos passem a manter mísseis de médio alcance na Europa, a Rússia terá como alvo as nações que hospedarem as armas.
A ameaça vem depois do presidente americano Donald Trump anunciar que pretende tirar seu país de acordo de 1987 para o controle de armas nucleares. Ele afirma que a Rússia violou o acordo.
O Tratado de Forças Nucleares de Médio Alcance (INF, na sigla em inglês), negociado pelo então presidente americano Ronald Reagan e pelo líder soviético Mikhail Gorbatchov, suprime o uso de uma série de mísseis com alcance entre 500 e 5.000 km.
Putin disse que espera que os EUA não posicionem mísseis de médio alcance, que eram banidos pelo acordo, na Europa, já que isso repetiria a situação dos anos 1980, na Guerra Fria, quando União soviética e EUA tinham esse tipo de arma no continente.
"Se [essas armas] forem colocadas na Europa, naturalmente responderemos na mesma moeda", disse Putin. "As nações europeias que concordarem com isso devem entender que vão expor seu território à ameaça de um ataque retaliatório. Não entendo porque deveríamos colocar a Europa em tamanho perigo."
O secretário-geral da Otan (aliança militar ocidental), Jens Stoltenberg, disse que os membros da organização culpam a Rússia por desenvolver um míssil que viola os termos do INF, mas afirmou que não espera que os países-membros da Otan aumentem seus arsenais nucleares na Europa em resposta a isso.
Putin voltou a negar que a Rússia tenha violado os termos do INF e disse que foram os EUA quem o fizeram. Ele afirmou que instalações militares dos EUA na Romênia têm mísseis capazes de operação de médio alcance caso seja feita alteração de software.
Por fim, o presidente russo disse que espera discutir a questão com Trump em Paris no próximo dia 11 de novembro, quando os dois participarão de eventos para comemorar os cem anos do fim da 1ª Guerra Mundial.
O governo Trump afirma que vai sair do pacto também porque a China não é signatária do INF e detém o tipo de míssil banido.
Fonte: Com informações da Folhapress.