Publicado em 18/03/2020 as 9:00am
Enfermeiro brasileiro fala sobre casos de Coronavírus em NY e orienta a comunidade
A propagação do Coronavírus nos Estados Unidos, tendo New York como o local de maior...
A propagação do Coronavírus nos Estados Unidos, tendo New York como o local de maior incidência, deixou milhões de pessoas preocupadas e muitos em pânico. Diante disso, os prestadores de serviço de saúde foram obrigados a dobra o atendimento para que ajudassem a evitar que o vírus se propague ainda mais. O brasileiro Saulo Peres é enfermeiro na cidade de New York, e esse e seu relato sobre o Coronavírus.
No dia 17 de março ele publicou um vídeo em seu canal no YouTube onde falou sobre sua profissão e a tensão que envolveu os hospitais em todo o estado diante da propagação do vírus.
Ele também falou sobre casos que atendeu no local onde trabalha, Hospital Montefiore, localizado em New Rochelle, uma pequena e pacata cidade no condado de Westchester que se tornou o centro das atenções porque foi a primeira cidade a ser afetada pelo Coronavírus.
Saulo disse que não está conseguindo dormir direito devido à preocupação com a atual situação, e quem tem sido chamado com frequência para trabalhar em horas extras. “Os hospitais estão superlotados e toda ajuda tem sido fundamental neste momento de tensão”, disse.
Saulo destaca que os brasileiros precisam tomar ciência de que não se trata de uma brincadeira, parar de compartilhar notícias mentirosas nas redes sociais e “achar que estão isentos de serem infectados pelo vírus”.
Ele presenciou vários casos de pessoas que foram internadas no hospital com suspeitas ou infectadas pelo vírus. “As informações sobre esta doença estão sendo geradas todos os dias para que as pessoas fiquem cientes do que fazer e como se proteger”, fala ressaltando que quem mais está a sofrer são os grupos vulneráveis, tais como idosos, pacientes com sistema imunológico comprometido ou que apresenta algum problema de saúde como Diabetes e doenças pulmonares.
No entanto, Saulo disse que viu pacientes que não tinham históricos médicos e não apresentavam aparentes problemas de saúde, mas estavam com graves dificuldades respiratórias. “Por isso alerto que ninguém está isento a ser infectado pelo vírus”, continua.
O brasileiro, que é natural de Poço Fundo (Minas Gerais), tem utilizado suas redes sociais para orientar a comunidade e fazer alertas importantes para que todos se protejam. Ele disse que os primeiros sintomas são tosse, febre e eventualmente dificuldade para respirar. “Fiquem atento a estes sintomas e evite ter contatos com pessoas que os apresente”, continuou.
CASO ATENDIDO
Saulo relatou que um paciente, cujo nome não citará, com idade de 35 anos, não tem histórico médico foi a um pronto-socorro e reclamou que estava com fraqueza, dor de cabeça e tosse. De acordo com o enfermeiro, os sintomas foram confundidos com gripe e ele foi medicado e enviado de volta para sua casa.
Mas os dias passaram e sua saúde não melhorou e ele voltou ao hospital com falta de ar e febre de 39.2 graus Celsius. Além disso, o paciente apresentava dores nas costas e tossia muito.
“Desta vez ele foi transferido para as nossas instalações com diagnóstico de Pneumonia e Coronavírus. Ele chegou usando máscara de oxigênio e mesmo assim sentia intensa falta de ar”, disse ressaltando que em uma escala de 0 a 10, a dor era 8.
Saulo explica que a equipe médica e funcionários designados para atender estes tipos de ocorrências analisaram a situação e deram morfina para aliviar a dor, o que ajuda na respiração.
O paciente também recebeu doses de Tylenol para reduzir a febre. “Fizemos este tratamento devido ao fato de que ainda não temos remédios ou vacina contra o Coronavírus, portanto estamos nos baseando nos sintomas”, explicou.
A equipe médica continuou a discutir o caso e planos de tratamento até decidir que ele deveria ser entubado, pois estudos mostram que este é o melhor caminho para quem sofre com falta de ar e sendo tratado com Covid 19, com máquina de oxigênio de alto fluxo e em uma sala com pressão negativa para evitar dispersão do vírus e que filtra o ar.
Normalmente estas salas são utilizadas para pacientes com tuberculose.
Mas a equipe se viu diante de mais um problema – todas as salas estavam sendo utilizadas – e por isso foi obrigado a obter um enorme filtro de ar dentro do quarto, próximo da cama. Mas isso não é tão eficaz como o quarto com pressão negativa. “Antes de terminar meu expediente fui ver como ele estava e fiquei feliz em ver que estava e já precisava mais ser entubado”, continua.
MENSAGEM
Antes de finalizar o vídeo, Saulo orienta aos brasileiros para escutarem o que os médicos e especialistas falam sobre o vírus, bem como evitar o contágio e sua propagação. Outro ponto que ele destacou é para que todos entendam que não se trata de uma brincadeira. “Muitas pessoas estão morrendo e não é hora de ficar comparando com doenças que surgiram em outras épocas.
O momento é para nos unirmos e combater o que está acontecendo agora”, afirma.
Saulo também destaca que ninguém está imune e afirma que “é questão de tempo até o vírus chegar até você”. Por isso ele explica que é importante se proteger e proteger quem está ao seu redor.
Para acompanhar as atualizações sobre casos de Coronavírus na região onde Saulo trabalha, acesse o canal dele no You Tube (Saulo Peres) ou assistir ao vídeo que ele publicou para enviar perguntas. O link é https://bit.ly/2TVu6If.
Fonte: Redação - Brazilian Times.