Trump promete políticas mais duras contra imigrantes até as eleições

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está avançando com sua agenda anti-imigração, mesmo com os eleitores dizendo que estão mais preocupados com a pandemia do coronavírus e a destruição econômica que ela causou.

O presidente conquistou a Casa Branca em grande parte devido à sua postura linha-dura contra a imigração ilegal, uma questão fundamental que empolga a sua base. Seu governo manteve esse foco, apesar da intensa pressão para responder ao pior surto de coronavírus do mundo e aos protestos em todo o país contra a brutalidade policial e o racismo.

Trump ampliou novas questões neste ciclo eleitoral, incluindo políticas mais rigorosas após os protestos e afirmações infundadas de que uma onda de votação por correspondência, devido ao coronavírus, levará a uma fraude generalizada.

O presidente também instituiu novas políticas de imigração abrangentes durante a pandemia e fez disso uma campanha prioritária de publicidade no Facebook.

Mudanças recentes na política incluem paralisações gerais do sistema de imigração legal, como o bloqueio da entrada de uma série de trabalhadores estrangeiros temporários e alguns candidatos a residência permanente. Com Trump atrás nas pesquisas eleitorais, a Casa Branca está preparando mais restrições até a eleição que ocorre em 3 de novembro, de acordo com Stephen Miller, o estrategista da agenda de imigração de Trump.

Em uma entrevista à Reuters, Miller disse que a postura dura de Trump vai contrastar com a de seu adversário, o democrata Joe Biden.

Em um novo anúncio de televisão lançado na semana passada, nos estados de batalha de votação antecipada como Arizona, Flórida, Geórgia, Carolina do Norte e Wisconsin, a campanha de Trump alertou que o apoio de Biden à legalização de milhões de imigrantes que vivem no país sujeitaria os trabalhadores americanos a mais competição em um mercado de trabalho sombrio.

A estratégia confundiu alguns estrategistas republicanos, que dizem que a eleição será decidida principalmente em questões básicas.

A estratégia de usar questões sobre imigração adotada por Trump para energizar seus principais apoiadores e desviar a conversa sobre as crises que o país enfrenta pode alienar eleitores indecisos, de acordo com Alex Conant, um estrategista republicano. "Se ele não está falando sobre a pandemia ou a economia, ele não está falando sobre o que os norte-americanos estão mais preocupados", afirmou.

Em uma análise conduzida pela Reuters, o Migration Policy Institute, que tem sede em Washington, disse que antes da pandemia, o governo estava fazendo mudanças na política de imigração a cada três dias.

Durante a pandemia, esse número aumentou para cerca de um a cada dois dias, uma contagem que inclui mudanças significativas no sistema de imigração e movimentos logísticos, como o fechamento temporário de escritórios que processam solicitações de imigração.

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Funcionários da campanha de Trump dizem estar confiantes de que a postura dura do presidente em relação à imigração é vencedora. É provável que haja mais ações antes da eleição, incluindo regras que limitariam muito o acesso ao asilo e medidas para ajudar a proteger os trabalhadores norte-americanos da competição com estrangeiros qualificados que entram no país com vistos H-1B.

Essas medidas podem influenciar alguns eleitores se forem enquadrados em torno da pandemia e da recuperação econômica, de acordo com uma nova pesquisa da Reuters / Ipsos, realizada de 31 de julho a 4 de agosto.

A maioria dos eleitores indecisos geralmente tem uma visão positiva da imigração - exceto quando ligada à pandemia. Cerca de 53% são a favor de interromper algum tipo de imigração legal se isso proteger os empregos dos norte-americanos durante a crise do COVID-19, mostrou a pesquisa.

Quase metade dos eleitores indecisos apoia a recente política de Trump de deportar imigrantes rapidamente, incluindo crianças desacompanhadas, o que o governo afirma ser necessário para impedir a disseminação do vírus.

Os assessores de Trump afirmam que regras e ordens mais duras serão aplicadas até as eleições com o objetivo de angariar o voto do eleitor indeciso.

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Fonte: Redação - Brazilian Times.