Empresas de tecnologia se unem para combater ordem de Trump em suspender vistos para trabalhadores estrangeiros

As empresas de tecnologia estão apoiando os processos judiciais que acusam a administração Trump de prejudicar a economia dos Estados Unidos com a decisão de suspender visto de trabalho temporário. No dia 10, 52 empresas, incluindo Amazon, Facebook, Apple, Twitter e Microsoft assinaram um documento em apoio a cinco organizações comerciais que iniciaram um processo contra o secretário do Departamento de Segurança Interna (DHS, sigla em ingçês), Chad Wolf, e o secretário de Estado, Mike Pompeo, por causa de novos limites de visto.

“Os programas de visto ajudam a impulsionar a inovação, a competitividade e o crescimento dos norte-americanos. A suspensão - por qualquer período de tempo - prejudica irreparavelmente os trabalhadores, as empresas e a economia deste país”, afirma um comunicado do grupo.

Em junho, Trump emitiu uma ordem afirmando que os cidadãos dos EUA “tiveram seus empregos roubados por trabalhadores estrangeiros que competiam por empregos qualificados em solo norte-americano”.

Esta ordem congela a emissão de Green Cards para novos imigrantes e suspende o H-1B e outros vistos para trabalho temporário pelo menos até o final do ano. O presidente alegou que isso esta atitude foi uma forma de proteger os trabalhadores norte-americanos diante dos 525.000 empregos perdidos como resultado da pandemia do coronavírus.

A realidade, porém, é complicada; O congressista Joaquin Castro, do Texas, criticou a medida como uma manobra para “promover a agenda anti-imigrante de Trump”.

Historicamente, a indústria de tecnologia tem feito lobby em prol de vistos para trabalhadores mais qualificados, como o visto H-1B, que abasteceu a Amazon com milhares de funcionários estrangeiros em 2017.

A cada ano, o programa H-1B permite que as empresas patrocinem até 85.000 trabalhadores temporários para a realização de trabalhos especializados por um período de três anos com opção de renovação. No Vale do Silício, esse visto é uma forma de recrutar talentos de outros países, principalmente da China e da Índia, e é tão valorizado que o fundador da Microsoft, Bill Gates, uma vez fez lobby pessoalmente para aumentar o limite anual.

Após o anúncio de Trump, em junho, o CEO do Google e da Alphabet, Sundar Pichai, tuitou que estava “Decepcionado com a ordem e afirmou que continuaria com os imigrantes e trabalharemos para expandir as oportunidades para todos”.

Pichai foi portador de visto H-1B durante a década de 1990, de acordo com a Bloomberg.

O CEO da Apple, Tim Cook, tuitou da mesma forma: “Como a Apple, esta nação de imigrantes sempre encontrou força em nossa diversidade e esperança na promessa duradoura do Sonho Americano. Não há nova prosperidade sem ambos. Profundamente desapontado com esta ordem".

Sempre que a imigração é o alvo, as empresas de tecnologia são rápidas em lembrar que muitos fundadores e CEOs também são imigrantes. Por exemplo, a história do pai de Steve Jobs, um refugiado sírio, é frequentemente repetida em defesa das comunidades de imigrantes que trabalham nos Estados Unidos. Mas, embora essas empresas possam parecer pró-imigrantes em sua retórica, seu apoio aos vistos H-1B e outros programas também são de seu próprio interesse; uma ameaça à imigração é uma ameaça à sua mão-de-obra.

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Fonte: Redação - Brazilian Times.