Relatório revela impacto causado pela pandemia a imigrantes indocumentados em NY

Um novo relatório divulgado na terça-feira, dia 18, destaca o preço econômico que a crise do coronavírus tem cobrado dos imigrantes da classe trabalhadora e comunidades minoritárias em New York.

A análise, conduzida pelos grupos de defesa Make the Road New York e Hester Street, entrevistou mais de 200 pessoas em maio e no final de julho. Através disso, descobriu que 66% dos entrevistados ainda estavam sem trabalho, cerca de 60% não conseguiram pagar o aluguel nos últimos três meses e 85% estavam preocupados em pagar o aluguel de agosto.

“Em maio, os dados que coletamos demonstraram que as comunidades negras, pardas e imigrantes foram as mais atingidas pelos impactos do COVID, com muitas pessoas adoecendo e perdendo entes queridos”, disse Betsy MacLean, co-diretora executiva da Hester Street. "Três meses depois, está claro, que a menos que o governo aja agora, as mesmas comunidades sofrerão o impacto econômico, e habitacional causado por esta crise”.

O relatório descobriu que 98% dos entrevistados indocumentados e 60% dos cidadãos disseram não receberam assistência estadual ou federal.

Os nova-iorquinos indocumentados foram completamente excluídos do financiamento de estímulo federal, e os relatórios anteriores descobriram que o COVID-19 matou e impactou desproporcionalmente aqueles que vivem em comunidades de baixa renda e imigrantes.

Os empregos também têm sido escassos para os imigrantes, que não têm direito ao seguro-desemprego do estado, com empresas fechadas por meses e muitas indústrias na cidade trabalhando com pessoal reduzido.

O relatório descobriu que 74% dos que estavam desempregados em maio, ainda estão desempregados e dos que estão trabalhando, 62% trabalham com horário reduzido e ganham menos do que antes da pandemia.

Outros 65% dos entrevistados têm pelo menos um adulto em sua casa que está desempregado por causa da crise.

“Há vários meses estou desempregada e preocupada todos os dias com a saúde de meus filhos e como colocar comida na mesa e manter um teto sobre nossas cabeças”, disse Rosa Martinez, membro do Make the Road New York que mora no Queens. "Famílias como a minha ficaram sem trabalho por meses”.

Martinez e seus defensores dizem que o estado pode tomar medidas como aumentar a receita tributando os ricos e criando um fundo de auxílio para os trabalhadores impactados pela pandemia e até agora foram excluídos dos benefícios. “Enquanto sofremos com a insegurança alimentar, contas de aluguel e exclusão do alívio econômico, o governador Cuomo continua a proteger seus amigos bilionários”, disse ela. "Trabalhadores excluídos como eu precisam urgentemente de alívio".

Javier Valdes, co-diretor executivo da Make the Road New York, disse que os governos estadual e federal precisam lidar com a questão. “Nosso povo não pode trabalhar, não pode pagar aluguel e foi excluído do alívio federal e estadual”, disse ele. “Nossas comunidades precisam urgentemente do governador Cuomo para tributar bilionários e fornecer recursos reais aos trabalhadores excluídos, além de cancelar o aluguel”.

Freeman Klopott, porta-voz da divisão do orçamento do estado, rebateu dizendo que nenhum aumento de impostos poderia cobrir a perda potencial de $ 61 bilhões de receita projetada para o estado nos próximos quatro anos. Ele disse que cabe aos legisladores em Washington fornecer os fundos necessários para ajudar o estado.

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Fonte: Redação - Brazilian Times.