“Médicos imigrantes estão morrendo de Covid para salvar seus pacientes nos EUA”, afirma organização

O Dr. Reza Chowdhury não cobrava pagamentos extras quando seus pacientes estavam com pouco dinheiro  Ele deu a eles seu número de telefone residencial e respondia às perguntas médicas a qualquer hora. Certa vez, quando a filha de Chowdhury, Nikita Rahman, puxou conversa com um motorista de táxi de New York, descobriu que ele era de Bangladesh e conhecia o pai dela: “Dr. Reza? Ele é meu médico - ele é o melhor médico", o motorista disse a ela.

Médico de medicina interna com prática no Bronx, Chowdhury estudou medicina em Bangladesh, sua terra natal, antes de imigrar para os Estados Unidos há trinta anos. Ele deixou sua família em casa enquanto se instalou e trabalhou como tutor, garçom e segurança e estudava para praticar medicina neste país.

Quando a Covid chegou a NY, Rahman implorou a seu pai, que havia feito um transplante de rim e, portanto, estava imunocomprometido, para ficar em casa. Mas ele continuou trabalhando até meados de março, quando desenvolveu os sintomas. Ele morreu em 9 de abril.

Os EUA dependem da mão de obra de imigrantes, de médicos, enfermeiras e auxiliares de saúde para manter seu sistema de saúde funcionando. E agora os trabalhadores imigrantes na área de saúde estão morrendo em altas taxas durante a pandemia.

Lost on the Frontline, um projeto conjunto do Guardian e da KHN descobriu que quase um terço dos profissionais de saúde que morreram de Covid-19 nasceram fora dos Estados Unidos. No entanto, os imigrantes representam apenas 14% da população deste país e 18% de sua força de saúde.

Chowdhury pertencia a uma rede sem fins lucrativos de prestadores de serviços de saúde em New York chamada SOMOS, que foi devastada durante a pandemia. Fundada com o objetivo de fornecer atendimento aos nova-iorquinos de baixa renda, a maioria de seus 2.500 médicos e enfermeiras são imigrantes, assim como seus pacientes. Eles vêm de Bangladesh, República Dominicana e Egito, entre outros lugares. Nos primeiros meses da pandemia, a SOMOS relatou que 12 de seus médicos e enfermeiras haviam morrido de Covid-19.

“Nossos pacientes são aqueles que lavam pratos, preparam comida, andam de ônibus, dirigem táxis”, disse o Dr. Ramon Tallaj, presidente e cofundador da SOMOS. "E estamos arriscando nossas vidas pelos nossos pacientes".

Chowdhury trabalha no Bronx, uma das regiões mais afetadas pela doença e assim como ele, centenas de profissionais de saúde que são imigrantes estão se arriscando todos os dias para salvar vidas de seus pacientes, inclusive cidadãos dos EUA.

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Fonte: Redação - Brazilian Times.