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Publicado em 21/09/2020 as 10:00am

Eleições 2020: Trump e Biden divergem radicalmente na imigração

O atual presidente republicano e seu adversário democrata se preparam para a disputa nacional que ocorrerá em 3 de novembro

Eleições 2020: Trump e Biden divergem radicalmente na imigração Diferente de Trump, Biden é a favor da possibilidade de legalização dos aproximados 11 milhões de imigrantes indocumentados que vivem nos EUA

O esforço do presidente dos EUA, Donald Trump, para reprimir a imigração ilegal e reformular a imigração legal esteve no centro da campanha vitoriosa do republicano em 2016 e permaneceu na vanguarda de sua agenda na Casa Branca. O ex-vice-presidente Joe Biden, o provável adversário democrata na eleição presidencial deste ano, promete rescindir muitas das políticas postas em prática pela administração de Trump e, em vez disso, avançar sua própria plataforma se ele vencer em 3 de novembro. Seguem algumas das posições de Trump e Biden sobre a imigração:

Restrições na imigração devido ao coronavírus: 

Trump reduziu drasticamente a imigração e viagens para os EUA durante a pandemia do coronavírus, argumentando que as medidas eram necessárias por razões de saúde e para proteger os empregos dos trabalhadores dos EUA em face do alto nível de desemprego.
Durante a pandemia, Trump restringiu a entrada de muitos trabalhadores estrangeiros e imigrantes em busca de "green cards" para a residência legal permanente. Biden postou no Twitter na época que Trump estava banindo os imigrantes para desviar a atenção da resposta à pandemia de seu governo e que "os imigrantes ajudam a expandir nossa economia e criar empregos".

Trump também implementou uma política de emergência de saúde pública que permite que os agentes dos EUA deportem rapidamente os migrantes pegos na fronteira EUA-México, incluindo menores desacompanhados e requerentes de asilo, contornando os processos legais padrão. Já Biden disse que interromperá as deportações por 100 dias após assumir o cargo, mas ainda não disse se reverterá imediatamente as abrangentes restrições relacionadas à pandemia de Trump.

Quando o governo Trump anunciou planos em julho para restringir a entrada de alguns estudantes estrangeiros nos EUA, uma política que mais tarde foi rescindida, Biden postou no Twitter apoio aos estudantes internacionais, dizendo que eles trazem inovação para o país.

"Dreamers" (Jovens indocumentados trazidos aos EUA ainda na infância): 

A Suprema Corte decidiu em junho contra a decisão de Trump de 2017 de encerrar o programa Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA), que protege da deportação os imigrantes popularmente conhecidos como "Dreamers", que foram trazidos para os EUA quando crianças e permaneceram no país ilegalmente.

A decisão do tribunal superior, que considerou o encerramento do programa de Trump foi "arbitrário e caprichoso", deixou ao governo a opção de tentar encerrá-lo novamente. O governo Trump emitiu um memorando em julho que restringiu o DACA, bloqueando novas inscrições e permitindo apenas renovações que durassem 1 ano, menos do que o período atual de 2 anos.

Lançado pelo então presidente Barack Obama em 2012, o DACA concede proteção da deportação e autorizações de trabalho a cerca de 644 mil jovens adultos latinos, mas não oferece a eles a possibilidade de obter a cidadania dos EUA.

Biden disse que reverterá a decisão "cruel" de Trump e fortalecerá as proteções para os "Dreamers". Ele disse que tornaria os Dreamers elegíveis para auxílio federal estudantil para a universidade e apoiaria a legislação que possibilita o acesso à cidadania como parte dos esforços de legalização de todos os cerca de 11 milhões de imigrantes indocumentados que vivem no país, incluindo aqueles que não chegaram durante a infância.

A administração de Trump priorizou a prisão de imigrantes indocumentados, independentemente de seus históricos criminais ou tempo de permanência nos EUA.

Muro na fronteira dos EUA-México:

As promessas de Trump de construir um muro ao longo de toda a fronteira com o país vizinho e forçar o México a pagar pela obra foi a base central de sua retórica de imigração durante a campanha de 2016, energizando seus apoiadores e enfurecendo os democratas.

A administração completou 275 milhas (443 km) de muro de fronteira, com uma meta de 450 milhas (720 km) até o final do ano, mas quase todas essas barreiras substituíram as estruturas existentes, de acordo com funcionários da fronteira dos EUA. O México se recusou a pagar por qualquer parte da construção, deixando o governo dos EUA para pagar a conta, parcialmente com bilhões de dólares em fundos do Pentágono.

Registros do tribunal federal mostram que a administração Trump intensificou os esforços para confiscar mais terras para a barreira. Biden disse em agosto que não derrubaria os muros na fronteira já construídos por Trump, mas interromperia a construção.

O plano de imigração de Biden acabaria com o desvio de verba do Pentágono para construir o muro e se concentraria na fiscalização das fronteiras, como investimentos na melhoria da infraestrutura de triagem nos portos de entrada.

Separações de famílias: 

A política de "tolerância zero" de Trump em 2018 para processar travessias ilegais de fronteira levou vários milhares de crianças a serem separadas à força de pais e tutores legais detidos na fronteira com o México.

A política, descrita pelo governo como um impedimento, gerou indignação e a reação levou Trump a assinar uma ordem executiva para encerrar a prática. Entretanto, o governo continuou a separar centenas de crianças que viajavam com outros parentes adultos. Biden encerraria a acusação de pais por violações menores de imigração, que ele chama de "tática de intimidação", e prioriza reunir todas as crianças ainda separadas de suas famílias.

Proibição nas viagens: 

Trump assinou uma ordem em janeiro de 2017 proibindo a entrada de imigrantes de 7 países de maioria muçulmana, uma medida que Biden e outros críticos dizem discriminar os muçulmanos. Um tribunal federal bloqueou a proibição inicial, mas em 2018 a Suprema Corte manteve uma versão alterada que foi expandida para outros países.

A versão mantida pela Suprema Corte impõe restrições a viajantes de 5 países de maioria muçulmana: Irã, Líbia, Somália, Síria e Iêmen. A Coreia do Norte e a Venezuela também enfrentam barreiras de visto, mas essas medidas afetam relativamente poucos viajantes.
Trump colocou restrições a 6 países adicionais em janeiro, incluindo a Nigéria e três outras nações africanas. Biden prometeu rescindir as proibições, chamando-as de abuso de poder "destinado principalmente a imigrantes negros e pardos".

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Fonte: Redação - Brazilian Times.

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