ICE prende 128 imigrantes em cidades santuários da Califórnia

O Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês) prendeu 128 imigrantes indocumentados nas cidades-santuário da Califórnia, incluindo San Francisco. Os ativistas criticaram Donald Trump alegado que ele promove um "teatro político".

Seis dessas prisões foram feitas na Bay Area, de acordo com o porta-voz do ICE, Jonathan Moor.

Os principais oficiais de imigração do país divulgaram os resultados da Operação Rise durante uma entrevista coletiva na quarta-feira, dia 07, em Washington, D.C. Eles afirmaram que estas prisões fazem parte de uma nova ofensiva da agência para combater a imigração ilegal no país e retirar das ruas imigrantes criminosos.

Funcionários do Departamento de Segurança Interna (HSI, sigla em inglês) reforçaram declarações que moldaram a presidência de Donald Trump: “as cidades-santuário que não cooperam com as autoridades federais de imigração colocam os norte-americanos em perigo porque permitem que os imigrantes que cometem crimes sejam libertados”.

“Certos líderes políticos locais, incluindo muitos na Califórnia, continuam colocando a política acima da segurança pública”, disse o secretário Chad Wolf, durante a coletiva de imprensa. “Em vez de cumprir nossa missão compartilhada de proteger nossas comunidades, eles preferem brincar de política com a lei, promulgando as chamadas políticas de cidade-santuário em detrimento da segurança de nosso país”.

Os opositores ao ICE criticaram a ação e a entrevista coletiva, qualificando-as como uma tática política destinada a incendiar a base de Trump antes da eleição presidencial. O ICE detém rotineiramente imigrantes indocumentados, incluindo aqueles suspeitos de cometer crimes. Mas é incomum que a agência faça uma entrevista coletiva para anunciar as prisões.

O anúncio desencadeou uma batalha entre políticos da Califórnia e defensores dos imigrantes e oficiais de imigração em Washington. “Ninguém aqui está procurando sua ajuda, apenas um lembrete rápido de que vocês processaram a Suprema Corte dos Estados Unidos e perderam”, disse Kevin de León, o legislador autor da lei de cidades santuários da Califórnia, em um tweet na quarta-feira. “Supere isso porque não vamos levantar um único dedo para ser uma engrenagem em sua máquina de deportação cruel”.

A Suprema Corte rejeitou, em junho, o pedido da administração Trump de acabar com as cidades santuário. As duas características centrais da lei proíbem a polícia, delegados do xerife e oficiais estaduais de notificar agentes federais sobre as datas de liberação de imigrantes indocumentados e os impedem de manter os imigrantes detidos além do final de suas sentenças para que os agentes do ICE possam buscá-los para deportação. As restrições não se aplicam a presidiários condenados por crimes violentos.

O Departamento de Segurança Interna (HSI, sigla em inglês) disse na quarta-feira que a prisão dos 128 imigrantes aconteceu de 28 de setembro a 2 de outubro. A grande maioria tinha condenações criminais anteriores ou acusações pendentes. Mas os opositores não vêm o ato como uma ação para proteger a comunidade. “Acho que está muito claro que isso é apenas teatro político”, disse Layla Razavi, vice-diretora executiva da organização Freedom For Immigrants. “Os imigrantes estão sendo usados ​​como adereços neste caso”.

Ela acrescentou que “a aplicação da lei não deve ser politizada dessa forma” e que isso é um sinal que Trumop quer mostrar para a sua base política. “Eles estão tentando jogar um pouco de carne para os lobos e dizer: ‘Estamos com vocês’”, seguiu.

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Fonte: Redação Brazilian Times