Esposa do Vice-Governador da Pensilvânia, brasileira diz que “ataque racista a faz querer trabalhar mais por todos"

Para a Segunda-dama da Pensilvânia, Gisele Barreto Fetterman, o ataque racista desferido contra ela por uma mulher em um mercado tornou-se um momento de ensino. Ela, que é uma brasileira naturalizada cidadã dos Estados Unidos e ex-imigrante indocumentada, disse que está acostumada com este tipo de atitude por parte de algumas pessoas que fazem comentários dissimulados que pretendem depreciar o seu trabalho.

Entre as atitudes racistas, ela cita que já ouviu "volte para o seu país" ou quando estavam com seus filhos e os filhos a chamaram de mãe e neste momento uma mulher lhe perguntou “se ela era a babá ou a ajudante”.

Em um depoimento, na noite de terça-feira, dia 13, após o ataque racista que sofreu no mercado e foi destaque em toda a mídia norte-americana, ela disse: “Eu não ligo para estas atitudes. Para mim, o mais importante é que essas pessoas vão embora sem maiores confusões e mesmo eles sendo inadequados ou rudes, eu queria que fossem embora com dignidade. Eu queria tornar a experiência deles comigo em positividade”.

A brasileira, que mora em Braddock, espera que a mulher por trás do ataque racista faça uma autorreflexão. “Talvez seja uma oportunidade para ela se ver e dizer: 'Uau. Eu não gosto do que vejo. Como eu cheguei aqui?’", disse Gisele.

Na terça-feira, a Polícia Estadual da Pensilvânia identificou a mulher que abordou a brasileira no domingo, dia 11, com os ataques racistas. Ela ainda não foi indiciada.

Gisele, que é esposa do Vice-Governador John Fetterman, registrou a mulher em vídeo desencadeando um ataque verbal racista contra ela em uma loja Aldi.

O incidente começou na fila do caixa quando a mulher viu Gisele, e proferiu calúnias raciais. A brasileira disse que a mulher a acusou de ser uma "ladra" e disse que ela "não pertencia a este lugar".

Em seu depoimento, Gisele exortou outras pessoas que vivenciam o ódio e racismo, talvez até mesmo na mesa no dia de Ação de Graças, a questionar. “Eu os incentivo a ter uma conversa”, disse ela. “Aborde o assunto quando vocês estiverem juntos. Eu não acho que a vergonha muda as pessoas. Tem que vir de um lugar mais profundo”.

Gisele é conhecida em Braddock pelo seu trabalho de caridade, incluindo a operação de sua Free Store e do 412 Food Rescue, para beneficiar as pessoas de sua comunidade que precisam de ajuda.

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Fonte: Redação Brazilian Times