EUA oferecem a brasileiros subsídio para 5G contra equipamentos de rivais

O governo dos EUA intensificou uma ofensiva na terça-feira (20) para manter a chinesa Huawei Technologies fora do mercado 5G do Brasil, com Washington (DC) oferecendo-se para financiar compras por empresas de telecomunicações brasileiras de equipamentos de seus concorrentes. Durante uma visita a Brasília (DF), funcionários da U.S. International Development Finance Corporation (DFC), do banco US EXIM e do Conselho de Segurança Nacional disseram aos repórteres que havia financiamento disponível para comprar equipamentos de outras empresas.

A delegação dos EUA foi chefiada pelo conselheiro de Segurança Nacional Robert O'Brien, que se reuniu com Bolsonaro antes de assistir à assinatura de um acordo de financiamento do banco EXIM que identifica áreas de cooperação empresarial que inclui telecomunicações 5G.
Em Washington, as principais autoridades dos EUA incentivaram o Brasil a monitorar cuidadosamente os investimentos chineses no Brasil e os movimentos de Pequim para expandir sua influência na maior economia da América Latina por meio da venda da tecnologia 5G pela Huawei.

A Embaixada da China no Brasil no Twitter acusou os EUA de buscar um "monopólio" de rede, mas disse acreditar que a maioria dos países permaneceria independente e tomaria suas próprias decisões em relação ao 5G.

O representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, disse que os acordos comerciais alcançados com o Brasil na segunda-feira (19) abririam o caminho para novas negociações sobre aço, etanol e açúcar e promoveriam maiores investimentos dos EUA enquanto Washington (DC) se movia para fornecer um contrapeso à expansão da China na região.

"Eu diria claramente que há um elemento da China ... em tudo o que todos nós fazemos", disse Lighthizer em um evento organizado pela Câmara de Comércio dos EUA. "A China deu um passo muito significativo no Brasil. Eles são o maior parceiro comercial do Brasil, então é algo que nos preocupa".

Os comentários de Lighthizer fizeram parte de uma imprensa de tribunal pleno. O conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse que Washington exortou o presidente brasileiro Jair Bolsonaro e outras autoridades brasileiras a acompanhar de perto os investimentos e tecnologias avançadas da China.

“Incentivamos o Brasil ... a tentar trabalhar junto para garantir que vigiemos a China com atenção no que diz respeito a todos os tipos de tecnologia e telefonia e 5G”, disse ele no evento.

“Temos atuado aqui nos Estados Unidos; continuamos avançando, e é minha grande esperança que o Brasil se mova conosco”, acrescentou. "Esperamos que o Brasil também mantenha um olhar crítico e cuidadoso sobre os investimentos chineses".

Washington (DC) acredita que a Huawei entregará dados ao governo chinês para espionagem, uma afirmação que a Huawei nega.

Um alto funcionário dos EUA, em Washington, disse que a posição do Brasil sobre a Huawei havia mudado devido ao aumento das preocupações com segurança, embora nenhuma decisão final tenha sido anunciada. "A maré claramente virou para a Huawei no Brasil", disse a fonte.

O Brasil planeja leiloar frequências 5G no próximo ano para empresas de telecomunicações que operam no país, muitas das quais já compram da Huawei e gostariam de continuar fazendo para suas redes 5G porque o equipamento chinês é mais barato.

"A preocupação dos EUA é como eles usam os dados, como usam a tecnologia para benefício do estado, não para os indivíduos que usam essa tecnologia", disse Joshua Hodges, diretor sênior para assuntos do hemisfério ocidental do NSC, em Brasília.

Funcionários do EXIM disseram que o banco tem 20% de sua carteira de US$ 135 bilhões disponível para acordos comerciais com empresas que desejam fazer parceria com os EUA como parte do programa China and Transformational Exports do governo Trump, que visa neutralizar a competição chinesa.

A diretora-gerente da DFC, Sabrina Teichman, disse que a agência tem financiamento de capital e dívida disponíveis para empresas brasileiras que buscam adquirir nova tecnologia.
“Estamos ansiosos para apoiar o setor de telecomunicações brasileiro”, disse ela aos repórteres.

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Fonte: Redação Brazilian Times