Biden deve priorizar ensino via internet nos EUA; Medida pode impactar intercâmbio

Mais de 6 milhões de americanos estão buscando uma educação online atualmente. Durante seu mandato na vice-presidência dos EUA, no Governo Obama, Biden foi árduo defensor da educação e acesso facilitado e remoto ao ensino. Dados da Education Data Organization, mostram que, mesmo antes da pandemia, o perfil do estudante americano já era mais remoto que presencial.

Joe Biden, o presidente eleito nos EUA deve manter a política de mudança de ensino nos Estados Unidos o que pode afetar os estudantes estrangeiros. Atualmente, devido à pandemia do coronavírus aumentou a busca por flexibilidade no sistema de Ensino Superior americano. Os jovens estudantes nos EUA consideram a possibilidade de estudo remoto uma das maiores vantagens na hora de ingressar em uma instituição de ensino superior.

Com fronteiras fechadas e a maioria dos estados americanos aplicando medidas de isolamento e fechamento presencial de instituições de ensino, o intercâmbio presencial para estudantes estrangeiros nos Estados Unidos deve demorar a acontecer. É o que acredita o especialista em educação e tecnologia Alfredo Freitas, que dirige a Ambra University - universidade americana na Flórida.

"Durante a campanha eleitoral Joe Biden falou muito sobre o isolamento social e defendeu o combate a pandemia de uma forma mais incisiva. Paralelamente, constatamos um aumento expressivo da busca por ensino remoto - uma prática que já ganhava força nos EUA antes da pandemia - por estudantes americanos. Este cenário deve adiar a realização de intercâmbio presencial e levar o presidente eleito a considerar o ensino via internet como prioritário", afirma Alfredo Freitas, que tem mais de 10 anos de experiência em educação e tecnologia.

A oferta de cursos e diversidade de instituições nos EUA é um dos atrativos para que estudantes de todo o mundo procure capacitação na terra do tio Sam. Nesse sentido, profissionais tem mais possibilidade de explorar e se especializar em áreas que serão mais atraentes no mercado de trabalho global. Durante os oito anos do governo Obama, entre 2009 e 2016, o sistema de Ensino Superior nos EUA foi impulsionado por diversos programas e projetos ligados ao ensino via internet que ganhou força.

O ensino superior nos EUA já tendia, segundo dados da Education Data Organization, a um perfil mais remoto que presencial. Em 2017, a Organização registrou um total de 19,7 milhões de alunos matriculados em cursos de instituições de ensino superior no país. Destes, 6,6 milhões eram matriculados em alguma modalidade de ensino online. O resultado é um recorde histórico que não deve demorar a ser superado, segundo o especialista em educação Alfredo Freitas.

"Com a meta anunciada de evitar maior contaminação e disseminação do vírus nos EUA, Biden deve manter as aulas de forma online, mantendo a qualidade educacional e o distanciamento social. Muitas instituições de ensino superior nos EUA já vem investindo, desde o início da pandemia, em estrutura tecnológica para priorizar, de forma permanente, o ensino via internet", explica Alfredo Freitas.

Uma Nova Educação

Para o especialista em educação e tecnologia, a educação está passando por um processo de mudança profundo. Ele não está errado. Dados recentes divulgados nos Estados Unidos mostram que 68% dos alunos de cursos online são profissionais experientes que buscam formação remota para seguir se qualificando e acomodando o estudo ao seu tempo disponível.

"O perfil dos estudantes está mudando. A maneira como as pessoas estudam vai mudar ainda mais. Sairemos de uma realidade de ensino mais presencial para uma realidade virtual e global. Não há fronteiras no ensino do futuro, principalmente no ensino superior", avalia Alfredo Freitas.

Online e Sem Fronteiras

O volume de estudantes estrangeiros que buscam formação continuada nos EUA de forma remota também cresceu. As vantagens são inúmeras: menor custo, não abandono ou interrupção da carreira profissional no Brasil, não distanciamento da família, adequação da metodologia de aprendizagem ao ritmo do aluno, entre outras. "Acredito que, de modo geral, as pessoas vão procurar mais esta modalidade online para seguir obtendo formação e titulação de universidades no exterior", afirma freitas.

A Universidade Ambra, localizada na Flórida, detectou um aumento da procura por brasileiros que estão em busca de manter a formação continuada nos EUA, mas sem abandonar suas carreiras profissionais no Brasil, principalmente durante a pandemia. "Há mais de 10 anos a Ambra oferece cursos de formação continuada com diploma americano a brasileiros em português, mas durante este ano pandemia, percebemos um aumento da procura por brasileiros que não querem deixar sua formação para depois", afirma Freitas.

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