Imigrante é oficialmente acusado de ataque em igreja que resultou na morte de brasileira

O principal suspeito do esfaqueamento fatal de 3 pessoas em uma igreja na cidade francesa de Nice foi acusado na segunda-feira (7) pelo crime, disseram promotores antiterrorismo. Brahim Aouissaoui, um cidadão tunisiano de 21 anos, foi baleado e gravemente ferido pela polícia após o ataque em 29 de outubro. Ele foi acusado oficialmente depois que sua condição de saúde no hospital melhorou, permitindo que fosse interrogado.

A França no mês passado elevou seu alerta de ataque ao nível mais alto após os assassinatos em Nice, que ocorreram duas semanas após a decapitação do professor de história Samuel Paty por um refugiado checheno de 18 anos. A vítima mostrou a seus alunos desenhos animados do Profeta Maomé em uma aula sobre a liberdade de expressão.

Aouissaoui havia chegado à Europa vindo da Tunísia em setembro, primeiro cruzando o mar Mediterrâneo para a Itália e depois para a França por terra.

Na manhã de 29 de outubro, Aouissaoui entrou na Basílica de Notre-Dame, no coração da cidade de Nice, no sul da França, carregando uma cópia do Alcorão, 3 facas e 2 telefones celulares, segundo o promotor antiterror da França, Jean-François Ricard. Durante quase meia hora, ele usou uma faca de 17 centímetros (6 e meia polegada) para cortar a garganta de uma mulher de 60 anos, que morreu dentro da igreja.

O corpo de um homem, um funcionário da igreja de 54 anos, foi encontrado perto da basílica; sua garganta também havia sido cortada.

Brasileira é vítima fatal:

Uma das vítimas do atentado terrorista na Basílica de Notre-Dame, no centro de Nice, França, nesta quinta-feira (29) é a brasileira Simone Barreto Silva, natural de Salvador (BA), informou o Itamaraty. Conforme as autoridades locais, ela tinha 44 anos.

A baiana foi ferida a faca e morreu num restaurante quase em frente à catedral, onde procurou ajuda após ser ferida, informou a RFI. Ela estava na França há aproximadamente 30 anos e deixou 3 filhos. Brahim Jelloule, um dos donos do restaurante l’Unik, falou à TV France Info do socorro prestado à vítima:

"Ela atravessou a rua, toda ensanguentada, e meu irmão e um dos nossos funcionários a resgataram, a colocaram no interior do restaurante, sem entender nada. Ela dizia que havia um homem armado dentro da igreja", relatou o comerciante.Aouissaoui foi baleado várias vezes pela polícia após a matança e, mesmo enquanto estava sendo preso, continuou a gritar "Allahu Akbar" (Deus é o maior), antes de ser levado às pressas para o hospital Pasteur da cidade.

A inteligência francesa não tinha nada em arquivo relacionado a Aouissaou antes do ataque.
O réu vem de uma grande família de meios aparentemente modestos que vivem na cidade de Sfax, no centro da Tunísia. Sua mãe disse que ele consertava motocicletas e citou que o filho havia se tornado mais "religioso" nos últimos 2 anos e meio.

"Ele não saía e não se comunicava com outras pessoas", disse ela à imprensa logo após o ataque.

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