A 20 dias de deixar o cargo, Trump estende restrições a vistos e loteria do Green Card

Através de um decreto emitido 20 dias antes do Dia da Posse do novo presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump ordenou uma prorrogação de três meses das restrições impostas aos vistos, que foram decretadas pela primeira vez em abril como proibição de alguns imigrantes em potencial e ampliadas em junho para também interromper vários programas de trabalho temporário.

Trump disse que os limites - que invocam um amplo poder presidencial para barrar a entrada de estrangeiros considerados "prejudiciais aos interesses" dos EUA - são necessários para evitar que novos imigrantes e trabalhadores temporários concorram com cidadãos norte-americanos por empregos durante a recessão econômica causada pela pandemia do novo coronavírus.

"Os efeitos da COVID-19 no mercado de trabalho dos Estados Unidos e na saúde das comunidades americanas são uma questão de preocupação nacional contínua", escreveu Trump no decreto emitido na quinta-feira, dia 31 de dezembro, que citou a taxa de desemprego e as restrições dos estados relacionadas à pandemia impostas sobre as empresas e o aumento das infecções por coronavírus desde junho.

Embora ele tenha prometido derrubar algumas das peças centrais da agenda de imigração de Trump, o presidente eleito, Joe Biden, ainda não disse se pretende rescindir as restrições aos vistos.

A proclamação de Trump proíbe a emissão de certos vistos para pessoas no exterior que desejam se mudar para os EUA permanentemente por meio de petições de Green Card apresentadas por seus familiares ou possíveis empregadores.

Cônjuges e filhos menores de 21 anos de cidadãos norte-americanos não estão sujeitos às restrições, que também isentam alguns profissionais de saúde que pretendem combater o coronavírus e investidores imigrantes que concordam em investir mais de US $ 1 milhão nos Estados Unidos.

A ordem de Trump também dá continuidade à suspensão da loteria de vistos de diversidade, um programa que ele frequentemente criticou, dizendo que permite que pessoas de países sub-representados, muitos deles na África, se mudem para os EUA. Em setembro, um juiz federal em Washington, DC, ordenou que o governo emitisse vistos para mais de 9.000 imigrantes em potencial que ganharam na loteria em 2020, mas eles continuam impedidos de entrar no país de acordo com o decreto.

As restrições também impedem vários vistos temporários usados ​​por pessoas no exterior para trabalhar nos EUA, incluindo o programa H-1B que é popular no setor de tecnologia e vistos H-2B para trabalhadores sazonais não agrícolas. Vistos J-1 de intercâmbio cultural para au pair e outros trabalhadores temporários; vistos para cônjuges de portadores de H-1B e H-2B; e os vistos L para empresas realocarem funcionários para os EUA também continuarão suspensos.

No início de outubro, Jeffrey White, juiz distrital sediado em San Francisco, proibiu a administração Trump de aplicar as restrições de visto de trabalho temporário a trabalhadores estrangeiros contratados por várias empresas importantes nos EUA. Defensores dos imigrantes pediram ao novo governo que revogasse imediatamente os limites impostos pelo republicano ainda em janeiro.

"Muitas famílias foram separadas e muitos sonhos foram destruídos por essa proibição ilegal", disse Karen Tumlin, fundadora do Justice Action Center e advogada que questiona as restrições. "Continuaremos a desafiar esta proibição no tribunal e instar a administração Biden-Harris a revogar todas as proclamações presidenciais xenófobas do presidente Trump, incluindo esta restrição aos vistos".

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Fonte: Redação - Brazilian Times.