Entenda como Seed of Love Foundation saiu de Massachusetts, chegou ao Quênia e ajuda dezenas de famílias

Em setembro de 2018, Alice Deassis, fundadora CEO do Seed of Love Foundation, assistiu a um vídeo publicado no You Tube que mudou a sua vida. “Era uma criança infectada por bicho de pé e depois disso eu decidi fazer uma pequena doação em dinheiro”, disse ela.  “A pessoa que recebeu minha doação fez um vídeo de agradecimento e publicou no Canal dele, no YouTube. Mais de 32 mil visualizações foram registradas em 24 horas. Eu não pude acreditar”, continuou.

Alice acrescento que depois disso começou a pensar em um modo de ajudar ainda mais e, então, iniciou uma pesquisa incessante sobre o assunto e aprendeu muito. “Minha ideia foi criar um website com GoFunMe e como tinha mais de três mil amigos no Facebook resolvi realizar uma Live no dia de Natal de 2018”, “explica.

Ela mostrou as fotos do bicho de pé e pediu aos seguidores que doassem apenas US $1 e e compartilhasse a página para que mais pessoas tivessem conhecimento do assunto. Alice entrou online às 3:00 p.m. no dia 25 de Dezembro de 2018. Ela fez o apelo e conseguiu arrecadar US $2,300 em doações. “Eu comprei minha própria passagem para o Quênia, peguei meu cartão crédito, as doações de roupinhas de crianças e os US $2300 doados e fui dar início ao trabalho do Seed Of Love Foundation”, explicou.

Ela abriu no vilarejo de Khwisero, Kakamega County, a primeira clínica móvel da fundação. Contratou uma pessoa que já tinha experiência de sete anos e que fazia com o permanganato de Potássio um tratamento de combate ao bicho de pé. Alice também fez conexões importantíssimas com o Ministério Público e autoridades locais. Visitou escolas, vilarejos, hospitais, igrejas e conheceu de perto o sofrimento daquelas pessoas.

Alice conta que pode ver e ajudar a tratar estas pessoas infectadas. “Distribui calçados, roupas e comida”, disse ressaltando que também ajudou a cimentar uma casa. “Dentre de todos os problemas que vi, nenhum tocou mais do que o problema da falta de absorventes higiênicos femininos. Vi meninas sentadas em um montinho de terra e me falaram que por falta de absorventes elas sentam no chão durante o período menstrual”, se emociona.

De acordo com ela, muitas acabam sendo infectadas com o bicho de pé nas áreas íntimas e algumas morrem devido a isso. Isso deixou Alice bastante emocionada e não pode conter suas lágrimas. “Naquele momento desenhei o molde do SOL FOR GIRLS, um absorvente higiênico reutilizável e lavável. Voltei para os Estados Unidos com uma dívida no meu cartão de crédito no valor de US $8 mil e tive uma ideia de dirigir para a Uber e assim pagar a dívida e doar 100% do que que ganhei para a Seed of Love Foundation”, disse.

Muitos dos seus amigos disseram que ela estava ficando louca, “mas loucura ou não Alice estava determinada em conseguir pagar a dívida do cartão e manter o projeto”.

Ela começou incessantemente a divulgar em suas redes sociais o problema do bicho de pé. Com o apoio da comunidade brasileira, começou a arrecadar água e refrigerante para vender em shows. Ela e os voluntários trabalharam muito, montaram barraca e carregaram muita água. “Se você me perguntar, valeu a pena? Te responderia pelo dinheiro não, mas começamos ali fazer um bom marketing e começamos a ser conhecidos”, celebra.

Ela acrescentou que com a ajuda de suas minhas amigas, confeccionou os primeiros absorventes higiénicos reutilizáveis (SOL For girls). Fez a sua segunda viagem ao Quênia e levou na minha bagagem US $5 mil dólares arrecadados com uma rifa que fez de um quadro.  “Visitei vilarejos e com a ajuda e apoio do Ministério Público organizamos um evento com mais de mil pessoas. Fizemos o tratamento de 302 pessoas em um só dia e servimos comida e distribuímos calçados, roupas e muito divertimento”, disse.

Neste primeiro ano de projeto, mais de mil pessoas infectadas pelo bicho de pé foram tratadas.

Alice voltou para os Estados Unidos e continuou a dirigir para a UBER para manter os custos da fundação. Mas ai chegou a pandemia e tudo parou, inclusive o aplicativo de viagens. “Comecei então a fazer máscaras e entrei novamente nas minhas redes sociais pedindo às pessoas que trocassem máscaras por comida. A partir daí começaram a chegar até a mim informações sobre as pessoas do vilarejo que estavam passando fome, pois muitos deles viviam das vendas de seus produtos nas feiras que foram fechadas por causa da pandemia”, explicou.

Depois de cinco semanas vendendo máscaras, Alice conseguiu dinheiro suficiente para comprar uma tonelada e meia de alimentos não perecíveis. Ela pediu à minha equipe no Quênia que buscassem 25 famílias carentes, principalmente aquelas com viúvas ou viúvos que criam seus netos, pessoas enfermas com crianças em casa, mães solteiras e pessoas infectadas com HIV. “Comprei uma cesta básica e minha equipe tirou a foto deles recebendo os alimentos e me mandou a biografia de cada família beneficiada. Com isto fui novamente para as redes sociais e pedi que as pessoas os apadrinhassem”, fala.

Foi então que nasceu o Seed & Feed, que teve um sucesso muito grande. Em dois meses já tinha 60 famílias apadrinhadas recebendo uma cesta com alimentos. Hoje, o projeto distribui sete toneladas de alimentos mensalmente para 60 famílias e 13 funcionários. “Mas eu comecei a querer fazer mais. Então pensei ‘por que não fazer uma horta para casa um deles’”, disse acrescentando que contratou uma nutricionista para saber de perto a necessidade de cada família.

Depois disso, o projeto construiu 60 hortas e distribuiu sementes e mudas de vegetais indígenas e para estas sementes foi dado o nome de Seed & Sow.

“Concluído isto, comecei a pensar na possibilidade de reformar a casa deles. Este seria um projeto muito arrojado, mas pensei numa maneira de ter doadores, os quais chamamos de Semeadores, para fazer uma contribuição mensal. E deu super certo”, comemora. Atualmente, o projeto já tem cinco casas construídas e passou a se chamar de “Seed & Build”.

O tratamento de bicho de pé ficou por conta do agora “Seed & Heath”.

Além disso o projeto distribuiu cadeira de rodas, realizou workshops sobre higiene, saúde e prevenção de doenças transmissíveis. Na minha viagem de Alice para o Quênia, em Novembro de 2020, ela distribuiu o “Sol for Girls” em uma escola rural e viu ali a necessidade em cimentar as salas de aulas que são de barro e as crianças têm que passar estrume de boi no chão para evitar bicho de pé. “Fiz uma Live no Facebook e consegui doadores para realizar mais este projeto.

Outra ação destaca por Alice é que as crianças da vila de Khwisero não têm nada para fazer depois da escola e por isso foi criada a Seed & Fun. “Distribuímos uniformes da fundação para todas as crianças das 60 famílias adotadas. Nosso objetivo é construir um centro comunitário para um ‘after school program’ onde elas vão receber treinamento em artes, música e ofícios profissionais”, explicou. 

No Quênia o pastor Wilson é responsável em visitar periodicamente as 60 famílias e nos Estados Unidos, o Pastor Elias e Connie de Oliveira estão à frente deste projeto, onde o amor é a base de tudo.

Quem quiser saber mais sobre este projeto, acompanhe as redes sociais:

Instagram - @seedofloveinc

Facebook - Seed of Love.inc

Site - www.seedoflove.net

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Fonte: Redação - Brazilian Times.