Jornal do Maine destaca dificuldade de psiquiatra brasileira para encontrar emprego

O jornal Portland Press Herald destacou em seu site os problemas que as barreiras e empregos causam para a comunidade imigrante bem como a economia do Maine. A reportagem cita a história da brasileira Celia Mantovani, que se mudou do Brasil para o estado, há seis anos, com mais de duas décadas de experiência como psiquiatra, tendo trabalhado em hospitais e universidades.

Ela disse que estava no auge de sua carreira, mas desde que seu trabalho na University of New England terminou em 2018, ela ficou à deriva, lutando contra um sistema que parece ter a intenção de impedi-la de praticar medicina porque não tem formação educacional ou credenciais nos Estados Unidos.

Tornar-se uma médica no Maine exigiria começar do zero, tendo que passar por anos de residência e exames.

Depois de dois anos de buscas por emprego, sem resultado, a brasileira conseguiu um cargo para investigar surtos de COVID-19 para a autoridade de saúde pública do Maine. Ela ainda não tem certeza do que acontecerá quando o trabalho terminar, mas está considerando uma certificação como terapeuta. “Eu realmente não entendo por que um país que precisa de médicos qualificados não abre um caminho diferente para as pessoas que estão legalmente aqui”, disse ela. “Não estamos competindo com os médicos norte-americanos, mas podemos fazer a diferença em muitos lugares”, acrescentou.

Centenas de imigrantes se mudaram para o Maine nos últimos anos, incluindo profissionais altamente treinados e com habilidades educacionais vitais que os empregadores do estado desejam desesperadamente.

De acordo com uma estimativa, mais de dois mil imigrantes com ensino superior estão desempregados ou subempregados no estado. Os líderes de desenvolvimento da força de trabalho referem-se ao problema como "desperdício de cérebro".

Julia Trujillo, diretora do Escritório de Oportunidade Econômica de Portland, disse que “agora, as pessoas na maioria das vezes têm que começar do zero, o que é desanimador, o que é caro e por isso muitas não fazem isso.

Os imigrantes que vivem no Maine tendem a ter melhor formação educacional do que a população nascida nos Estados Unidos, de acordo com a New American Economy, uma organização de pesquisa pró-crescimento econômico. De acordo com os dados, cerca de 22 por cento dos quase 50 mil imigrantes que vivem no estado possuem diploma de bacharel, em comparação com 20 por cento da população nascida no país, e mais de 18 por cento dos estrangeiros possui diploma de graduação, em comparação com 12 por cento dos cidadãos dos EUA, estima o grupo.

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Fonte: Redação - Brazilian Times.