Brasileira é presa e indiciada por invasão ao Capitólio dos EUA

Uma mulher de Illinois (Chicago) foi presa na quarta-feira, dia 16, por acusações federais de que ela entrou ilegalmente no Capitólio dos Estados Unidos durante a invasão ocorrida no dia 6 de janeiro de 2021. De acordo com as autoridades, no dia seguinte, ela enviou uma mensagem para uma amiga: “Não fique triste. Esteja preparada. Estamos todos f-----”.

A mulher é a brasileiro Letícia Vilhena Ferreira, 32, que mora em Indian Head Park. Ela foi indiciada em uma denúncia criminal apresentada ao Tribunal Distrital em Washington com acusações de contravenção de entrar ilegalmente em um prédio governamental e conduta desordeira.

Após a audiência realizada na quarta-feira, ela foi ordenada a comparecer ao tribunal, novamente, no dia 22.

A prisão da brasileira elevou para 24 o número de residentes de Illinois acusados, ​até agora, no caso da invasão do Capitólio. A investigação em andamento foi descrita pelos promotores como a maior investigação criminal da história do país.

De acordo com a denúncia, a brasileira foi vista em imagens do sistema de vigilância. Ela entrou no Capitólio, junto com a multidão, e vestia com uma jaqueta camuflada e um gorro vermelho com o nome do então presidente Trump.

Os vídeos de segurança mostraram que ela se dirigiu à Cripta do Capitólio, onde estava presente “quando manifestantes agitados gritaram ‘Nossa Casa’ e ‘Pare o Roubo'”, de acordo com a denúncia. “Naquela época, manifestantes invadiram o Capitólio e entraram em confronto contra os policiais que tentaram impedir o avanço dos vândalos dentro do prédio - no entanto, a brasileira parece que não participou de nenhum ataque aos policiais”, afirmou a denúncia.

Em entrevista ao FBI, em abril passado, ela disse que está nos EUA com Visto de Trabalho e, portanto, não pôde votar. “No entanto, Letícia seguiu as notícias sobre a eleição de 2020 e sentiu vontade de viajar para Washington, D.C., e ver o presidente Donald Trump falar”, afirma a denúncia.

Ela disse que depois seguiu a multidão do local do discurso de Trump até o prédio do Capitólio, onde ficou por cerca de 20 minutos e tirou fotos e gravou vídeos com seu celular. Ela compartilhou o registro com os agentes do FBI durante a entrevista.

As investigações mostraram que no dia seguinte ao tumulto, a brasileira e uma amiga, que também estava na multidão, trocaram mensagens de texto preocupadas com as consequências. “Letícia mandou uma mensagem dizendo que estava andando com um homem e seus dois filhos e não percebeu no momento que as pessoas estavam invadindo e brigando com a polícia”, diz a denúncia.

Quando Letícia perguntou se a amiga pensava “que eles (autoridades) iriam atrás de todas as pessoas que estavam no Capitólio”, a resposta foi: “Não fique triste. Esteja preparada. Estamos todos f-----.”

Em todo o país, mais de 725 pessoas foram presas e indiciadas sob acusações decorrentes da invasão ao Capitólio.

Assim como Letícia, a maioria dos presos em Illinois foram acusados de contravenções que não alegam ter participado de qualquer violência. Entre os acusados ​​de invasão estão um policial de Chicago, dois irmãos North Shore e um técnico de climatização do Northwest Side de Chicago.

Em dezembro, James Robert Elliott, 24, de Aurora, foi indiciado por uma acusação criminal por usar um mastro para agredir oficiais durante a invasão.

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