Advogado de Somerville é indiciado por tentar subornar chefe de polícia de Medford

Um advogado de Somerville, em Massachusetts, foi preso no sábado, dia 25, sob a acusação de estar envolvido em um esquema para subornar o chefe de polícia de Medford. De acordo com as informações, Sean O'Donovan, 54, foi indiciado por duas acusações de fraude eletrônica e uma acusação de suborno em relação a programas que recebem fundos federais.

“Este caso é sobre tentativa de corrupção de funcionários do governo. Parabenizo o chefe de polícia de Medford por relatar esse comportamento ilegal ao FBI imediatamente”, disse a Procuradora dos Estados Unidos Rachael S. Rollins. “Devemos garantir que a ganância e a conduta antiética não prejudiquem o funcionamento adequado dos governos municipais em nossa comunidade”, acrescentou.

“Hoje, o FBI prendeu o advogado Sean O'Donovan por supostamente se envolver em um esquema pay-to-play no qual ele tentou capitalizar seu acesso privilegiado, na tentativa de subornar o chefe de polícia de Medford, para seu próprio benefício financeiro”, disse. Joseph R. Bonavolonta, agente especial encarregado da Divisão do FBI em Boston. “É de vital importância que os acordos da comunidade anfitriã sejam concedidos por meio de um processo justo e transparente, não por meio de acordos clandestinos financiados por subornos para aqueles em posições de poder. Acreditamos que o que descobrimos neste caso não é apenas uma afronta a todas as empresas que seguem as regras, mas uma traição aos clientes do senhor O'Donovan e à confiança da comunidade", acrescentou.

De acordo com a acusação, no final de 2018, uma empresa envolvida no cultivo e venda no varejo de maconha medicinal e recreativa contratou O'Donovan como consultor para auxiliar na obtenção de um Acordo de Comunidade Anfitriã (HCA) com a cidade de Medford . De acordo com a lei de Massachusetts, os estabelecimentos de varejo de maconha recreativa são obrigados a assinar um HCA com as cidades para obter uma licença operacional.

Em 2020, Medford estabeleceu um Comitê Consultivo de Cannabis (CAC), composto por cinco funcionários de Medford, incluindo o chefe de polícia de Medford. O Medford CAC tem a tarefa de revisar, entrevistar e classificar os candidatos ao comécio varejista de maconha em nome do prefeito de Medford, que tem autoridade final para decidir quais candidatos são selecionados.

Alega-se que em fevereiro de 2021, O'Donovan abordou UM “individuo” e se ofereceu para pagar a outro “indivíduo” a quantia de US$ 25.000 para falar com o Chefe sobre o pedido antecipado do seu cliente para um HCA com Medford. O primeiro indivíduo é um parente próximo do chefe e posteriormente informou ao chefe sobre a oferta de O'Donovan. O Chefe imediatamente alertou as autoridades federais sobre o suposto suborno.

Ao longo da investigação, O'Donovan, acreditando que tinha um acordo com o “Indivíduo 1” e o Chefe, se ofereceu para pagar ao Indivíduo 1 aproximadamente US$ 25.000 em troca da ação favorável do Chefe no pedido do Cliente. Especificamente, O'Donovan pediu que o Chefe classificasse favoravelmente o pedido de HCA do Cliente em sua função no Medford CAC e que o Chefe aconselhasse e pressionasse o Prefeito a entrar em um HCA com o Cliente.

De acordo com a acusação, O'Donovan tomou medidas para ocultar o verdadeiro propósito do pagamento de suborno planejado. Por exemplo, ele, supostamente, propôs falsamente caracterizar um pagamento como um empréstimo ao Indivíduo 1 e se ofereceu para pagar o suborno em dinheiro, afirmando: "Se eu lhe der dinheiro, não haverá vestígios".

Alega-se ainda que O'Donovan rejeitou a ideia de um contrato com o Indivíduo 1, explicando que não "achava ser uma boa registrar em papel". No dia 11 de outubro de 2021, O'Donovan se encontrou com o Indivíduo 1 e supostamente forneceu US$ 2.000 em dinheiro como pagamento inicial do suborno. Alega-se ainda que ele estava programado para receber um fluxo de renda de pelo menos US $ 100.000 anualmente do negócio de maconha do Cliente se sua inscrição em Medford fosse bem-sucedida.

De acordo com a acusação, O'Donovan nunca informou o Cliente sobre seu esquema de suborno com o Indivíduo 1. Em outubro de 2021, quando O'Donovan propôs que o Cliente contratasse o Indivíduo 1 como consultor, o Cliente rejeitou a proposta e disse a O'Donovan que o Cliente era uma “empresa acima do conselho”.

A acusação de fraude eletrônica de serviços honestos prevê uma sentença de até 20 anos de prisão, até três anos de liberdade condicional e uma multa de até US$ 250.000. A acusação de suborno de programas federais prevê uma sentença de até 10 anos de prisão, até três anos de liberdade condicional e uma multa de até US$ 250.000. As sentenças são impostas por um juiz do tribunal distrital federal com base nas Sentença Diretrizes e Estatutos que regem a determinação de uma sentença em um processo criminal.