Publicado em 21/09/2022 as 1:00pm
Procuradora Maura Healey processa concessionária de carros que cobrava preços abusivos de negros e imigrantes
A denúncia da procuradoria alega que a concessionária deu total liberdade aos funcionários para marcar os preços dos produtos adicionais
A Procuradora-geral de Massachusetts, Maura Healey, anunciou que seu escritório está processando uma concessionária de automóveis em Haverhill por se envolver em práticas de preços injustas, enganosas e discriminatórias contra clientes negros e hispânicos, cobrando ilegalmente centenas de dólares a mais por produtos “complementares” ao comprar um carro.
A queixa da procuradoria, apresentada no Tribunal Superior de Essex, alega que a Jaffarian's Service Inc., Jaffarian Volvo Toyota, de Haverhill, cobrou dos clientes negros e hispânicos, em média, centenas de dólares a mais do que os clientes brancos por produtos “complementares”, como proteção de pintura, seguro GAP e remote starers.
“A compra de um veículo já é uma decisão financeira significativa para muitas famílias e indivíduos – a última coisa com que eles deveriam se preocupar é pagar injustamente mais por um produto por causa de sua raça ou origem nacional”, disse Healey.
“Aplaudimos o Gabinete da Procuradora Geral de Massachusetts por tomar medidas para acabar com esses abusos. A pesquisa da NCLC mostra que a discriminação é generalizada no setor de vendas e finanças de carros. Acabar com a discriminação é importante para proteger os compradores e os revendedores honestos que cobram das pessoas o mesmo preço, independentemente de sua raça ou nacionalidade”, disse John Van Alst, advogado do National Consumer Law Center.
Sem o conhecimento de muitos compradores de carros, as concessionárias geralmente ganham mais dinheiro com a venda de produtos adicionais do que com a venda do próprio carro. Ao comprar um carro, a maioria dos clientes está focada em negociar o preço do veículo, e os produtos complementares geralmente são lançados no final da venda, quando o cliente pode estar cansado depois de provavelmente passar por várias rodadas de negociações sobre o preço ou financiamento. Além disso, os consumidores podem não entender que as concessionárias estão aumentando os preços dos produtos.
A denúncia da procuradoria alega que a concessionária deu total liberdade aos funcionários para marcar os preços dos produtos adicionais, e seu histórico de vendas mostra que a Jaffarian parecia cobrar dos clientes negros e hispânicos, em média, até US$ 500 a mais para adicionar os produtos. Os clients brancos pagavam menos pelo mesmo material.
Essa suposta prática de vendas discriminatória resultou em mais de US$ 170.000 em lucros impróprios para a concessionária em um período de dois anos. A denúncia também alega que a concessionária não forneceu treinamento ou supervisão de suas políticas e práticas de preços para evitar discriminação.
A Procuradoria alega que as práticas de Jaffarian violam a Lei de Proteção ao Consumidor do estado e a Lei de Acomodações Públicas, que proíbe a discriminação por raça, cor e nacionalidade em locais públicos.
Este caso está sendo tratado pelo Vice-chefe da divisão, Mychii Snape, e pelo Procurador-geral adjunto, Schuyler Daum, ambos da Divisão de Proteção ao Consumidor da Procuradoria; com a assistência do Procurador-Geral Adjunto, Jonathan Burke, da Divisão de Direitos Civis.