Publicado em 20/02/2023 as 9:00am
Casos de fraude Zelle explodem
Essa história está se espalhando por todos os Estados Unidos, inclusive com brasileiros
O popular sistema de transferência de dinheiro ponto a ponto, Zelle, pertence a sete grandes bancos e está embutido em muitas contas online. As transações são instantâneas e irreversíveis, o que é atraente para os criminosos, e os consumidores relatam perder milhões.
“Estou olhando minha conta e, de repente, o dinheiro está sendo transferido para alguém e não tenho ideia de quem seja”, disse Scott Schaefer, do Pinellas Park.
Essa história está se espalhando por todos os Estados Unidos, inclusive com brasileiros. Os bandidos invadem os dispositivos dos consumidores ou usam técnicas de phishing, ou enganam os consumidores para que enviem dinheiro sem saber por meio do Zelle.
Depois que o dinheiro acaba, é quase impossível recuperá-lo.
Dois senadores democratas, Elizabeth Warren, de Massachusetts, e Robert Menendez, de Nova Jersey, escreveram uma carta no ano passado para a Early Warning Services, empresa controladora de Zelle. Na carta, os senadores dizem: “sua empresa e os bancos têm uma clara responsabilidade de proteger os consumidores de forma mais agressiva”.
Os senadores exigiram respostas, incluindo como os bancos e Zelle determinam quais consumidores recebem seu dinheiro de volta e quais não. Eles também querem saber o que está sendo feito para evitar a fraude em primeiro lugar.
Recentemente, quatro grandes bancos responderam às perguntas dos senadores, dizendo que nos últimos 18 meses, os consumidores relataram 192.878 casos de fraude Zelle, totalizando US$ 213 milhões em perdas. Desses quase 200.000 relatórios, os bancos reembolsaram os consumidores em apenas 3.500 casos.
A Zelle é criada e de propriedade de um consórcio de grandes bancos dos EUA, incluindo Bank of America, Chase, Capital One e Wells Fargo. É grátis e, no ano passado, as pessoas enviaram US$ 490 bilhões por meio de Zelle – mais do que o dobro dos US$ 230 bilhões da Venmo, de acordo com o New York Times.
A maioria das fraudes Zelle começa com truques e técnicas de phishing, de acordo com o FBI. Em um golpe comum, o bandido finge ser o próprio banco. Você pode receber um e-mail ou mensagem de texto solicitando a confirmação de um grande pagamento falso da Zelle. Quando o usuário responde que não autorizou a transferência, o golpista segue com um telefonema fingindo ser o banco. O número de telefone normalmente é falsificado para que apareça no identificador de chamadas como o banco. Em seguida, você receberá instruções sobre como reverter as reivindicações não autorizadas. O que realmente acontece, porém, é que você está transferindo dinheiro diretamente para os criminosos. Não forneça nenhuma informação pessoal por telefone e não clique em links de mensagens de texto de pessoas que você não conhece. Você pode receber seu dinheiro de volta se for vítima de fraude?
Essa é uma pergunta complicada. Houve relatos em todo o país de alguns consumidores recebendo dinheiro de volta, enquanto outros não. Vários consumidores locais que recorreram à Better Call Behnken, por exemplo, acabaram recebendo dinheiro de volta, mas Schaefer ainda não. Quando os bancos dizem “não”, normalmente é porque dizem que as transações foram realmente aprovadas pelos correntistas.
O Consumer Financial Protection Bureau esclareceu sua posição sobre a conformidade exigida pelos bancos com a Lei de Transferência Eletrônica de Fundos de 1978 no ano passado. O CFPB diz que “se um terceiro induzir de forma fraudulenta um consumidor a compartilhar informações de acesso à conta”, esse consumidor deve receber as mesmas proteções como se o dinheiro fosse adquirido de um cartão de débito roubado ou outro “dispositivo de acesso” bancário.
Se o seu banco se recusar a reembolsá-lo por um golpe Zelle, você deve denunciá-lo rapidamente às autoridades locais e registrar uma reclamação no CFPB.
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