Publicado em 20/08/2023 as 8:00am
Departamento de Justiça considera que policial se matou após os distúrbios na invasão do Capitólio
Da redação O oficial da Polícia Metropolitana, Jeffrey Smith, tirou a própria vida após os...
Da redação
O oficial da Polícia Metropolitana, Jeffrey Smith, tirou a própria vida após os protestos e distúrbios em apoio ao ex-presidente Trump. "Quando meu marido faleceu, me foi negado o reconhecimento dos benefícios por morte em serviço que ele merecia", disse a viúva Erin Smith ao The Hill na sexta-feira, dia 18. "No entanto, desde o início, eu acreditava que Jeffrey havia morrido enquanto estava em cumprimento do dever devido às lesões que sofreu em 6 de janeiro de 2021", continuou ela.
Jeffrey Smith tinha 35 anos de idade e trabalhava há 12 como policial no 2º Distrito e prestou auxílio à Polícia do Capitólio durante os distúrbios, sendo atingido na cabeça por um objeto metálico lançado por manifestantes.
Nos dias seguintes, segundo sua esposa, ele parecia em constante dor, incapaz sequer de virar a cabeça. Não saía de casa, nem queria falar com outras pessoas. Por vezes, Erin o encontrou sentado na cama ou vagando de um lado para o outro de madrugada.
Em 14 de janeiro do mesmo ano, o policial foi a uma consulta de acompanhamento na qual foi liberado a voltar ao trabalho, decisão questionada por sua esposa. Depois de uma noite sem dormir, ele se dirigia para seu expediente noturno na tarde seguinte quando atirou na própria cabeça. As autoridades já o encontraram morto dentro de seu carro.
"Após investigações, ficou evidente que as lesões de Jeffrey contribuíram diretamente para sua morte", declarou Erin ao veículo de imprensa. "Nesse momento, decidi que deveríamos buscar o reconhecimento dos benefícios por morte em serviço e também trabalhar para modificar a legislação de forma a possibilitar essas reivindicações", acrescentou.
Os familiares de Jeffrey Smith são os primeiros beneficiários da Lei de Apoio a Oficiais de Segurança Pública do presidente Biden, que foi promulgada exatamente um ano antes da decisão do Departamento de Justiça sobre o caso de Smith.
Essa legislação, impulsionada por Erin Smith após a morte de seu marido, "oferece benefícios por morte, invalidez e educação para oficiais de segurança pública e seus sobreviventes, nos casos em que a morte ou incapacitação seja resultado direto e próximo de uma lesão pessoal ocorrida durante o cumprimento do dever".
"O ato determina que transtornos de estresse pós-traumático, transtornos de estresse agudo ou distúrbios relacionados a traumas e estresse sofridos por um oficial de segurança pública após exposição a um evento traumático durante o cumprimento do dever constituam uma lesão pessoal ocorrida em serviço, caso a exposição ao evento traumático tenha sido um fator substancial para o distúrbio", destaca o texto da legislação.
David Weber, advogado da família Smith, está buscando permissão para que Jeffrey seja sepultado no Cemitério Nacional de Arlington.
Durante o auge dos acontecimentos em 6 de janeiro, cerca de 850 membros do Departamento de Polícia Metropolitana (MPD) estavam presentes no Capitólio para auxiliar a Polícia do Capitólio dos EUA. Até o final do dia, aproximadamente 250 policiais haviam comparecido à área para oferecer apoio direto à resposta e aos desdobramentos.