Publicado em 3/09/2023 as 3:00pm
Alabama testa nova forma de execução em prisioneiro que sobreviveu à injeção letal
Da redação Em uma reviravolta chocante, Kenneth Smith, que sobreviveu a uma tentativa de...
Da redação
Em uma reviravolta chocante, Kenneth Smith, que sobreviveu a uma tentativa de injeção letal em novembro de 2022, foi selecionado para participar de um experimento de execução sem precedentes no estado do Alabama, nos Estados Unidos. O experimento, relatado pelo jornal inglês The Guardian, visa usar nitrogênio puro para tirar a vida de um presidiário, uma prática que até mesmo veterinários consideram inaceitável para animais.
Conhecido como "hipoxia de nitrogênio", esse método envolve a substituição do oxigênio respirado pelo prisioneiro por nitrogênio, o que reduz gradualmente os níveis de oxigênio no cérebro e em outros órgãos, levando à asfixia e à morte em questão de minutos.
A escolha de Kenneth Smith como "cobaia" para essa experiência tem sido alvo de críticas, especialmente porque ocorreu menos de um ano após a tentativa de execução fracassada anterior. Smith foi condenado pela morte de Elizabeth Sennett em 1988, um crime encomendado pelo próprio marido da vítima em busca do dinheiro do seguro.
Este não é o primeiro episódio controverso envolvendo execuções no Alabama. No ano passado, dois outros presos do corredor da morte enfrentaram procedimentos frustrados de injeção letal. Além disso, o estado demorou mais de três horas para concluir a execução de outro presidiário, levantando sérias preocupações sobre a competência do sistema de execução do Alabama.
Maya Foa, diretora-executiva de um grupo de Direitos Humanos, condenou veementemente a decisão do Alabama de prosseguir com essa "experimentação humana" e chamou a atenção para a falta de clareza no novo protocolo de execução por nitrogênio. Ela argumenta que esse método não testado pode causar sofrimento terrível e desrespeita os princípios de justiça e humanidade.
A utilização do nitrogênio como método de execução foi aprovada por três estados: Alabama, Mississippi e Oklahoma. No entanto, críticos afirmam que essa abordagem levanta questões sérias sobre a constitucionalidade da pena de morte nos Estados Unidos, pois pode resultar em punição cruel e incomum, proibida pela Constituição do país. O debate sobre a ética e humanidade das execuções nos Estados Unidos continua a gerar controvérsia e preocupações profundas.