Preocupações aumentam à medida que 3 unidades de maternidade se preparam para fechar em Alabama

Da redação

O estado do Alabama tem uma das taxas mais elevadas de mortalidade materna do país. Agora, três hospitais planejam parar de fazer partos, colocando algumas gestantes em um risco ainda maior. Até o final do mês, dois hospitais deixarão de fazer partos. Um terceiro seguirá o exemplo algumas semanas depois.

Isso deixará dois condados - Shelby e Monroe - sem hospitais para partos e privará um bairro predominantemente negro em Birmingham de uma unidade de maternidade muito procurada.

Após o fechamento, as gestantes do Condado de Shelby terão que viajar pelo menos 27 quilômetros a mais para chegar a um hospital que tenha um obstetra. E como o condado, um dos maiores de Alabama, faz divisa com outro que também não possui uma unidade de obstetrícia, alguns dos residentes perderão o lugar mais próximo onde poderiam dar à luz. "Há um sentimento de apreensão sabendo que agora haverá famílias que não apenas viajarão para o condado vizinho, mas passarão por três condados", disse Honour McDaniel, diretora de iniciativas de saúde materna e infantil da March of Dimes em Alabama.

Enquanto isso, as pessoas do Condado de Monroe poderão enfrentar viagens de 56 a 160 quilômetros até uma unidade de parto.

Fazer uma jornada tão longa para dar à luz não é algo inédito em Alabama, onde mais de um terço dos condados são desertos de atendimento à maternidade, de acordo com a March of Dimes - o que significa que não possuem hospital com atendimento obstétrico, centros de parto, obstetras ou parteiras certificadas.

O estado tem uma das mais altas taxas de mortalidade materna do país; apenas outros três estados tiveram taxas mais altas entre 2018 e 2021, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

Alabama também teve a terceira maior taxa de mortalidade infantil do país em 2021, segundo os dados mais recentes. Médicos atualmente ou anteriormente afiliados às unidades de maternidade de Alabama prestes a fechar temem as consequências para gestantes e bebês, especialmente se as pessoas não conseguirem chegar rapidamente a hospitais para parto em situações de emergência.

Os fechamentos ocorrem à medida que a necessidade de atendimento obstétrico em Alabama é esperada para aumentar devido às leis de aborto no estado. O Alabama proibiu quase todos os abortos desde junho de 2022.