Publicado em 31/10/2023 as 10:00am
EUA anunciam projeto de bomba nuclear 22 vezes mais potente que a bomba de Hiroshima
da redação O Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou na sexta-feira, 27, seus...
da redação
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou na sexta-feira, 27, seus planos de desenvolver uma nova variante da bomba nuclear B61, denominada B61-13. Especialistas advertem que, caso obtenha a aprovação do Congresso para sua produção, essa arma terá um potencial destrutivo mais de 20 vezes superior ao da bomba de Hiroshima, que causou a morte de 140 mil pessoas no Japão.
John Plumb, secretário adjunto de Defesa para Política Espacial, explicou a decisão: "O anúncio de hoje reflete as mudanças no ambiente de segurança e as crescentes ameaças de potenciais adversários. Os Estados Unidos têm a responsabilidade de continuar avaliando e implementando as capacidades necessárias para dissuadir de maneira crível e, se necessário, responder a ataques estratégicos, bem como garantir a segurança de nossos aliados."
De acordo com informações divulgadas pelo Pentágono, a B61-13, uma bomba de queda livre, oferecerá aos Estados Unidos a capacidade de atingir alvos militares "maiores e mais desafiadores". O departamento enfatizou que, apesar de representar uma "flexibilidade adicional", a produção da B61-13 não implicará um aumento no número total de armas no arsenal nuclear, pois substituirá algumas das bombas B61-7 existentes.
Caso receba a aprovação do Congresso, a nova bomba terá uma potência estimada de 360 quilotons, em contraste com os 16 quilotons da bomba de Hiroshima, que devastou a cidade japonesa há 78 anos.
A Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (Ican) manifestou sua preocupação com esse anúncio, classificando o desenvolvimento da nova arma como "uma escalada irresponsável". Melissa Parke, diretora-executiva da associação, argumentou: "Anunciar esses planos em meio a conflitos na Europa e no Oriente Médio, envolvendo países detentores de armas nucleares, demonstra um ato arrogante diante dos esforços para evitar o uso de tais armas de destruição em massa."
O comunicado oficial dos Estados Unidos sustenta que essa iniciativa resulta de "meses de revisão e consideração" e não é uma resposta a "eventos atuais específicos".
A decisão de construir a B61-13 permitirá que o Pentágono aposente a B83-1, a última arma com capacidade de megatons em seu arsenal, que estava programada para ser retirada durante o governo de Obama. No entanto, a administração de Trump argumentou que a arma ainda era necessária e deveria ser mantida, enquanto a administração de Biden busca substituí-la.
Alguns especialistas sugerem que a construção da B61-13 parece ser mais um movimento político para eliminar a B83-1 do que uma verdadeira renovação do arsenal. Isso ocorre porque a manutenção da B83-1, com sua capacidade equivalente a 80 bombas de Hiroshima, implica em custos elevados para os Estados Unidos, o que pode afetar outros programas militares considerados prioritários.