Publicado em 13/01/2024 as 4:00pm
Departamento de Justiça dos EUA vai pedir pena de morte para autor de massacre racista em NY
Da redação O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou na sexta-feira (12/01) a...
Da redação
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou na sexta-feira (12/01) a sua intenção de pedir a pena de morte para Payton Gendron, de 19 anos, responsável por um massacre racista que resultou na morte de dez afro-americanos em 2022 no estado de Nova York.
Este pedido representa um movimento inédito sob a administração do presidente democrata Joe Biden, que, durante sua campanha em 2020, comprometeu-se a trabalhar pela abolição da pena de morte a nível federal.
Gendron, um supremacista branco que tinha 18 anos no momento do crime, foi condenado à prisão perpétua em fevereiro de 2023 pelos tribunais do estado de Nova York, após se declarar culpado de assassinatos racistas e atos de terrorismo.
No processo federal, iniciado por "crimes racistas", os promotores anunciaram a intenção de buscar a pena de morte para Gendron, justificando a decisão pelo caráter intencional e premeditado do assassinato, bem como por suas motivações racistas.
Os promotores destacaram a hostilidade de Gendron em relação aos negros como um fator crucial nos assassinatos. Além disso, ressaltaram que ele escolheu o supermercado onde cometeu o massacre "para maximizar o número de vítimas negras".
Desde o início do mandato de Biden, o Departamento de Justiça havia solicitado a pena de morte apenas duas vezes, ambas em processos iniciados sob seu antecessor republicano, Donald Trump.
O secretário de Justiça, Merrick Garland, havia decretado uma moratória nas execuções federais em maio de 2021.
Em 14 de maio de 2022, Gendron, munido de equipamento militar e um rifle semiautomático do tipo AR-15, atacou um supermercado em Buffalo, matando dez pessoas e ferindo três, a maioria delas negras. Ele transmitiu o ataque ao vivo pela internet.
Gendron planejou meticulosamente o ataque ao supermercado Tops Friendly, em Buffalo, escolhido por ter uma população majoritariamente negra. Dirigiu-se de sua casa em Conklin, a mais de 320 quilômetros de distância, com a intenção declarada de matar o maior número possível de negros.
Usando um capacete com uma câmera transmitindo ao vivo, Gendron atirou em quatro pessoas no estacionamento, matando três, antes de entrar na loja. Lá, ele assassinou várias pessoas, incluindo um policial aposentado que tentou detê-lo.
Gendron é a primeira pessoa em Nova York a ser condenada pela acusação estadual de terrorismo doméstico, introduzida no código penal em 2020, que acarreta prisão perpétua sem liberdade condicional. As acusações federais de crimes de ódio, que podem levar à pena de morte, ainda estão pendentes contra ele. Inicialmente, ele se declarou inocente de uma única acusação de assassinato em primeiro grau, antes que as autoridades estaduais adicionassem outras acusações.